A Polícia Civil de São Paulo voltou a investigar as causas da morte de uma mulher de 57 anos, ocorrida no final de março, após a divulgação de um vídeo em que a mulher aparece amarrada, ferida e ouvindo ofensas da filha de 22 anos.
O caso aconteceu no município de Nova Odessa e a denúncia de maus-tratos foi feita pela irmã da vítima e tia da jovem.
Apesar da retomada das investigações, os filhos negam ter praticado violência contra a mãe, que, segundo eles, morreu após se engasgar e passar mal enquanto comia.
De acordo com o delegado José Donizete Melo, responsável pelo caso, familiares da vítima já foram ouvidos, mas a polícia ainda aguarda o resultado de um laudo toxicológico que poderá ajudar na identificação da causa da morte e deve ser finalizado na próxima semana.
"Eu nunca vou te dar amor e carinho. Você não merece", diz a filha no vídeo em que aparece agredindo a mãe; o vídeo foi filmado por um amigo. De acordo com ele, a gravação foi feita para denunciar os maus-tratos.
"Ela estava sendo muito judiada nos últimos dias. Viva dopada de remédios. Pedi muitas vezes para que internassem sua mãe ou pagassem o tratamento dela com o dinheiro da pensão que recebiam", contou em entrevista ao G1 Piracicaba e Região. Segundo ele, os filhos costumavam fechar as portas e janelas da casa no início da noite e, a partir de então, só se ouvia gritos.
A irmã da vítima, que formalizou a denúncia, afirmou à polícia que os sobrinhos agrediam e xingavam constantemente a mãe e que ouviu barulho de socos na casa instantes antes de encontrar a irmã morta.
Apesar das denúncias, os dois filhos da vítima dizem não ser culpados pela morte. "Nós já não tínhamos mais tanta paciência. Ela estava com depressão há três anos e bebia. Tomava muito álcool, até perfume minha mãe chegou a colocar na boca", disse a filha ao G1. "É injusto sermos julgados dessa maneira. Ninguém pode fazer isso, só Deus. Estou sofrendo muito, choro todos os dias. Não saio para a rua porque sou ameaçada e já levei uma surra de uma pessoa que nem sei quem é", afirmou.