02/07/2015 às 09h46min - Atualizada em 02/07/2015 às 09h46min

Grupo lança manifesto em prol de democracia no futebol de MS

- Globo Esporte

Ex-dirigentes, ex-árbitros e ex-atletas lançaram nesta quarta-feira um manifesto pedindo transparência e democratização na gestão do futebol sul-mato-grossense. Intitulado "Mutirão Pró-Futebol", o grupo é encabeçado pelo ex-zagueiro e técnico Amarildo Carvalho. O grupo pretende fazer uma série de ações com objetivo de alertar as autoridades e a comunidade em geral sobre o processo de sucessão à presidência da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS). "Incomodar", "fazer barulho" e "reerguer o futebol estadual" são algumas das bandeiras hasteadas pelo mutirão.

Amarildo Carvalho (de azul) pretende ser o próximo presidente da FFMS (Foto: Hélder Rafael)

Amarildo Carvalho (de azul) pretende ser o próximo presidente da FFMS (Foto: Hélder Rafael)

Amarildo Carvalho (de azul) pretende ser o próximo presidente da FFMS (Foto: Hélder Rafael)

O manifesto recebeu assinatura de nomes como Alfredo Zamlutti Júnior, ex-presidente da FFMS, e do narrador esportivo e ex-presidente do Comercial-MS, Arthrur Mário. A primeira medida do grupo foi a criação de um fórum permanente de discussão. 

O principal alvo das críticas é a atual gestão da federação, com Francisco Cezário de Oliveira à frente desde 1999. A entidade anunciou em junho que reformou o estatuto para limitar a reeleição, e com isso Cezário pode concorrer mais uma única vez em 2019, quando se encerra o mandato atual.

- Nunca houve democracia nem transparência nas eleições da federação nos últimos 20 anos, só aclamação. Eles dizem que colocaram fim à reeleição, mas não foram eles que aprovaram. Apenas adequaram o estatuto ao que diz a Lei Pelé - afirma Arthur Mário, que tentou concorrer à presidência da entidade em 1998.

Outro que se diz prejudicado na tentativa de concorrer ao cargo foi Amarildo, só que mais recentemente, no ano passado. À época, um dos requisitos para montar chapa era ter o apoio de clubes profissionais e ligas amadoras - tarefa que o ex-jogador tentou, sem obter sucesso.

- Vivemos em um país democrático, com direito à liberdade de expressão, e também temos o direito de disputar um cargo como esse. Quero ter o direito de, quando tiver eleição, poder montar minha chapa. Essa é minha indignação. Tenho minha vida toda dentro do futebol, com experiência dentro e fora de campo - declarou Amarildo.

Zamlutti também não poupou palavras para criticar a atual gestão da FFMS e ilustrou como um dos principais problemas a decadência do estádio Morenão, erguido em 1971 mas que atualmente não pode receber jogos oficiais devido ao risco à segurança dos torcedores.

- Quando passo em frente ao Morenão e vejo o estádio daquele jeito... é um crime. A universidade federal não pode dizer que não tem verba, porque os alunos utilizam o espaço. Acho que a hora é de aproveitar o governo novo para que se fechasse um convênio, e voltarmos a utilizar o estádio para o futebol. Temos que tomar posição - disse o ex-cartola, atual presidente da Federação das Associações Comerciais e Industriais de Mato Grosso do Sul (FAEMS).

Leia abaixo o manifesto, na íntegra:

Nós, abaixo assinados cidadãos (ãs), manifestamos e defendemos a transparência e a democratização das entidades que administram o esporte, e em especial o futebol de Mato Grosso do Sul

O futebol representa o Estado, usa a bandeira, cores e o nome de Mato Grosso do Sul, e recebe recursos e investimentos públicos, portanto, é um patrimônio social e cultural de nosso Estado e por isso tem responsabilidade por essa gestão.

Acreditamos que a alternância no exercício de cargos de direção é que propicia a melhoria na administração dos recursos econômicos e financeiros, com instrumentos de controle social e participação dos segmentos como desportistas e dos atletas no processo eleitoral.

A evolução deve ser constante e em decorrência vem a melhora natural. Jamais a perpetuação!

Aspectos como esses são importantes e os previstos na Lei 9.615, de 24 de março de 1998 (Lei Pelé), com ênfase no Artigo 18-a, acrescentado à Lei em 2013.

A própria Carta Magna do país assegura a todo o cidadão, de participar, de conviver, e decidir.

O momento atual pede mudanças rumo a um futebol que engrandeça a Mato Grosso do Sul, e volte a ter a confiança dos sul-mato-grossenses.

Mutirão Pró Futebol de Mato Grosso do Sul


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