A Polícia Civil de Sidrolândia prendeu um casal residente no Quebra Coco. A mulher, L.B, 35 anos, funcionária do 2º turno da Seara (das 12 às 22h30) pode ser indiciada por homicídio culposo. Ela é acusada de ter provocado o aborto no oitavo mês de gravidez e enterrar o feto, com ajuda do marido, conhecido como Gregório, no quintal da casa onde mora na Vila Cebola.
Conforme informações apuradas pela reportagem, esta era uma gravidez tão indesejada pela trabalhadora que ela mantinha em segredo dos conhecidos e se recusou a fazer o pré-natal no posto de saúde do distrito.
A prisão da trabalhadora, que já é mãe de dois filhos pré-adolescentes, só foi possível a partir da denúncia do médico que a atendeu no Hospital Elmiria Silvério Barbosa, pra onde se dirigiu ao se sentir mal em casa após o aborto. Ao plantonista ela disse que sofreu um aborto espontâneo e que até então, desconhecia seu estado de gravidez, embora seu ciclo menstrual estivesse atrasado.
O médico suspeitou da versão, avaliou que de fato a paciente tinha provocado o aborto e fez a comunicação à Polícia. Em diligência na casa de L.B, os policiais escavaram o quintal, encontraram o feto enterrado, levando para análise do Instituto Médico Legal.
Embora grávida de 8 meses e após supostamente ter tomado alguma medicação abortiva, mesmo assim ela foi trabalhar na terça-feira. Em pleno expediente o aborto se consumou, quando então se trancou no banheiro, tirou o feto, o envolveu num papel higiênico. Ao final do expediente o levou para casa dentro num saco plástico que trouxe dentro da bolsa. Teria
contado com a ajuda de uma colega de serviço que conseguiu na cozinha o saco e luvas descartáveis.
A vida de L.B, conforme relato da vizinhança, não era das mais fáceis. Com o marido desempregado, enfrentando problemas de alcoolismo, dois filhos pra criar, com seu trabalho na Seara sustenta a casa. Sua rotina diária é pesada, saindo de casa antes do almoço e só voltando perto da meia-noite.
