12/09/2017 às 17h12min - Atualizada em 12/09/2017 às 17h12min

Na mira de CPI, frigorífico de Nova Andradina pode fechar e deixar cerca de 600 trabalhadores sem emprego

Quem se lembra de um dos piores tempos de crise que Nova Andradina viveu em 2009 com o fechamento do Frigorífico Independência

Quem se lembra de um dos piores tempos de crise que Nova Andradina viveu em 2009 com o fechamento do Frigorífico Independência? Oito anos se passaram e o mesmo drama pode voltar a se repetir com a turbulência que o Grupo JBS enfrenta.

Sob o domínio do grupo desde 2012, o frigorífico continua sendo o maior empregador do município. Hoje, são cerca de 600 postos de trabalho gerados que voltam a ficar na ‘corda bamba’ se a unidade fechar as suas portas.

Não só apenas em nível nacional, o JBS passou a ter as suas atenções voltadas também em Mato Grosso do Sul com a abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar eventuais irregularidades na concessão de benefícios para o JBS. Como se não bastasse, a situação se agravou com as prisões dos executivos Joesley Bastista e Ricardo Saud.

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Trabalhadores do setor de alimentação voltam a ficar na ‘corda bamba’ se a unidade fechar as suas portas - Foto: Arquivo Nova News

A preocupação dos parlamentares é sobre como vão ficar os quase 6 mil empregos gerados pela empresa nas oito unidades existentes no Estado. Nesta quarta-feira (13), está prevista uma visita da comissão à planta de Nova Andradina que não acontecer como nas cinco anteriores. Segundo apurado pelo Nova News, a visita tem como objetivo verificar se cada unidade está cumprindo os acordos previstos junto ao Estado, entretanto, um dia antes das visitas agendadas, o grupo já confessava o não cumprimento e nenhuma chegou a acontecer.

Se a notícia fatídica mais uma vez recair sobre Nova Andradina que o maior frigorífico em operação fechará suas portas, a economia do município poderá estar diante de uma crise ainda pior. Já no vermelho, a situação só tende a se agravar.

De outro lado, o número de desempregados mudará o cenário do município, que atualmente consegue se sobressair à crise do país com a oferta de trabalho em alta nos últimos meses.

Sindicalista diz que situação em Nova Andradina começa a preocupar

Entrando para um patamar de incerteza, a situação começou a preocupar em Nova Andradina. Sérgio Ventura Miller, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação, disse ao Nova News que o momento passa a ser de apreensão. “Depois que fechou o Independência não duvidamos de mais nada. Tudo pode acontecer”, pontuou.

 
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Presidente de sindicato lembrou que município enfrentou calamidade - Foto: Arquivo/Nova News

Ao voltar no tempo, Muller lembrou que o município enfrentou uma calamidade total que atingiu em cheio a população. “Não apenas os trabalhadores, todos foram afetados. O comércio, um dos principais segmentos que sustenta a economia local, foi seriamente atingido, além de cidades vizinhas que dependem de Nova Andradina”, destacou o presidente.

Uma das situações vivenciadas, conforme ele também lembrou, foi a de trabalhadores que ficaram desempregados por tempo. “Quem trabalha no ramo da alimentação e de repente uma indústria de grande porte fecha, o momento é de incerteza, sem falar que até hoje muitos trabalhadores não receberam 100% das verbas rescisórias a serem pagas”.

“Não sabemos como será o dia de amanhã”, diz funcionário do JBS

Ouvido pelo Nova News, um funcionário do Frigorífico JBS, que preferiu não se identificar, diz que também se vê apreensivo diante da onda de turbulência que o grupo enfrenta. “A cada novo noticiário é uma surpresa diferente. Delações e até prisões dos executivos preocupam todos que trabalham aqui, sem falar ainda da vulnerabilidade do mercado da carne que aumenta ainda mais a insegurança”, enfatizou.

 

Não sabemos como será o dia de amanhã

funcionário do JBS

Há cerca três anos trabalhando na empresa, o funcionário expôs que a atual conjuntura econômica de Nova Andradina e da região pode estar diante de mais um caos. “À época quando o Independência foi uma calamidade. Pelo que eu vejo, esses empresários não medem consequências e se for preciso fechar 10 ou 15 unidades, fazem isso em um piscar de olhos. Ainda bem que existem as leis trabalhistas que nos protegem, porém os seguros e indenizações são a curto prazo”, disse o trabalhador entrevistado pela reportagem.

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