O Grêmio tenta tirar alguma motivação para encerrar o ano sem melancolia após a derrota para o Bahia no domingo que tirou as chances de o time chegar à Libertadores, com uma rodada de antecedência, no Brasileirão. Para tanto, quer aproveitar o último duelo do ano para projetar 2015 e começar a dar exemplos do que a direção pensa para a temporada que se avizinha. Alguns elementos serão mantras: austeridade financeira, valorização das categorias de base e discurso de prestígio ao Gauchão.
Há uma única e pequena aspiração concreta para o jogo com o Flamengo, no próximo domingo: chegar em sexto lugar, posto hoje do Fluminense, para conseguir entrar nas oitavas da Copa do Brasil de 2015. A outra justificativa para se valorizar o confronto passará pelo uso contundente de garotos da base.
Na derrota para o Bahia, já foi possível ver os primeiros testes mais profundos de Felipão. Dispensou medalhões na delegação, como Alan Ruiz e Giuliano. Mesmo perdendo, alçou Everton e Erik ao time no intervalo. E a dupla deu boa resposta. O treinador projeta ao menos quatro atletas novos entre os 11 iniciais diante dos cariocas.
- Quando precisamos, colocamos dois meninos que entraram e jogaram bem. Vou estudar isso, vou precisar de jogadores mais jovens, em virtude da contenção (financeira). Quem sabe, não teremos quatro ou cinco da base saindo jogando na próxima rodada juntos - explicou Felipão.
- Convocar o torcedor seria uma desconexão da realidade, ele está magoado. Mas se eles poderem apoiar os garotos, seria muito melhor - reforçou o diretor de futebol Rui Costa.
Em sua declaração acima, Felipão antecipou outra medida para 2015. Sem as verbas dos direitos de transmissão da Libertadores, o Grêmio sabe que a readequação das finanças será prioridade. A utilização dos jovens passa por isso, assim como a dispensa ou não renovação de atletas com salários mais pujantes.
- O Grêmio já tem um desafio muito grande, financeiro, estrutural. Estar na Libertadores sempre ajuda, é uma divulgação da marca, incremento do quadro social… isso cria uma frustração que impacta nas rendas. Nós estamos tendo conversas internas, temos que nos adaptar a uma nova realidade, que passa a ser vital ao Grêmio. Isso vai impactar na nova formatação da equipe - emendou Rui Costa, em tom realista.
O realismo se estende para o campo. Não há constrangimento em admitir que, sem a Libertadores, o Gauchão, relegado a um segundo plano num passado recente do Tricolor, vire uma verdadeira Copa do Mundo.
Rui Costa chega a citar o maior rival, que, no estadual deste ano, goleou o Grêmio por 4 a 1 na decisão, em resultado que balizou o restante da temporada vermelha, dando moral e fôlego ao trabalho de Abel Braga.
- Quando nosso adversário venceu, ficou a grande performance do adversário no ano. Temos que buscar isso. Precisamos buscar esse título ao torcedor e que seja o Gauchão - admitiu.
O Grêmio volta aos trabalhos na terça-feira. O compromisso é pelo Brasileirão. Mas, como as declarações não deixam mentir, o objetivo tem tudo a ver com 2015.