12/12/2014 às 15h06min - Atualizada em 22/05/2015 às 14h56min

Empresa denunciada na Lava-Jato dá férias coletivas a operários e para obra em MS

Midiamax
 

As obras da Fábrica de Fertilizantes da Petrobras, em Três Lagoas, estão paradas desde terça-feira (09). O consórcio UFN3, liderado pela empresa Galvão Engenharia, uma das investigadas na Operação Lava-Jato, deu férias coletivas para 700 operários e, além disso, já demitiu 2 mil funcionários que esperam o pagamento de verbas trabalhistas.

Há fortes rumores que a paralisação das obras esteja relacionada às denúncias de corrupção que atingem o alto escalão da estatal e diversas empreiteiras. Um dos diretores da Galvão, Erton Fonseca, está entre os denunciados pelo MPF (Ministério Público Federal) como envolvido nas irregularidades investigadas na Operação Lava-Jato, que apura, entre outras coisas, desvio bilionário de verbas públicas para pagamento de propinas.

Segundo o Sintiespav/MS (Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil Pesada do Bolsão Sul-Mato-Grossense), há ação tramitando na Justiça do Trabalho que visa bloquear R$ 80 milhões das empresas, a fim de garantir o pagamento de verbas trabalhistas referentes a 2.700 operários.

O presidente do Sintiespav, Nivaldo Silva Moreira, alerta que o resultado do julgamento do caso, com pedido de liminar, pode sair a qualquer momento. “Estamos ansiosos, o juiz pode decidir hoje ou na semana que vem”, ressaltou ao ser consultado pela reportagem nesta sexta-feira (12).

Apesar de todo escândalo e dívidas envolvendo a Petrobras , Nivaldo afirma que os trabalhadores estão confiantes que a decisão do juiz será positiva, garantindo, assim, o recebimento dos salários atrasados. “O principal pólo passivo é a UFN3, todavia, a Petrobras também foi citada no processo. Assim, ela também pode ser atingida pela decisão judicial”, explica.

Consórcio UFN3

A equipe de reportagem do Jornal Midiamax telefonou diversas vezes para o consórcio de empresas, porém, não conseguiu contato. Os telefonemas não são atendidos.

Caso parecido no RS

Da mesma forma como ocorre em Três Lagoas, no Rio Grande do Sul, a Engevix, também denunciada na Operação Lava-Jato, administradora do maior estaleiro do Porto de Rio Grande, demitiu funcionários e deu férias coletivas aos demais. No local, são construídas cascos para base de plataformas de petróleo da Petrobras.

Até agora, foram dispensados mais de 3 mil trabalhadores, 300 só na quinta-feira (11), assim que a primeira dos oito cascos encomendados pela Petrobras foi concluído. Os operários que receberam férias coletivas temem que o projeto continue sendo tocado pela empresa japonesa Mitsubishi, que tem participação nos negócios, e a produção seja transferida para a China, causando a demissão de 12 mil trabalhadores brasileiros.

Início das obras em 2009

Em 2009, o governador André Puccinelli e o senador Delcídio do Amaral comemoraram a vinda da Fábrica de Fertilizantes para Mato Grosso do Sul. O governador chegou a chorar ao revelar a notícia.

A previsão inicial de investimentos nas obras da fábrica era de US$ 2 bilhões. A fábrica deve produzir uréia granulada e perolada e o novo produto já chamado de Reforce N (uréia pecuária).


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