24/01/2015 às 10h56min - Atualizada em 22/05/2015 às 14h56min

MPF aceita denúncia e Nelsinho pode sumir do cenário político se condenado

Ação de improbidade em aterro sanitário de Campo Grande tem oito réus

G1
A Justiça Federal aceitou a denúncia contra oito pessoas e uma empresa de construção sobre suspeita de irregularidades na licitação e na obra do aterro sanitário da capital de Mato Grosso do Sul.
 
Conforme divulgado nesta sexta-feira (23) pelo MPF (Ministério Público Federal), que ajuizou ação de improbidade administrativa, os denunciados são acusados de participar de esquema de fraude, superfaturamento, pagamento indevido e autorização ilegal de uso do aterro sanitário Dom Antônio Barbosa II.
 
Os réus são o ex-prefeito Nelsinho Trad (PMDB); o ex-titular da Seintrha (Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação), João Antônio De Marco; o dono da Anfer, Antônio Fernando de Araújo Garcia; o engenheiro da Caixa Econômica Federal; Rogério Shinohara; o engenheiro da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Aroldo Ferreira Galvão; e o então engenheiro da Anfer, Sérgio Romero Bezerra Sampaio, além de mais dois ex-funcionários da prefeitura na época.
 
A empresa Anfer afirmou, em nota, que discorda das acusações e que já entrou com recuso. A Fundação Nacional de Saúde (Funasa) de Mato Grosso do Sul informou que duas prestações de contas foram rejeitadas pelos técnicos do órgão e que uma outra não foi entregue pela prefeitura.
 
Nelsinho Trad disse que já apresentou defesa para a justiça, explicando que a obra foi feita dentro da legalidade. O G1 entrou em contato por email e telefone com a assessoria da Caixa Econômica Federal, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem. Se for condenado, o ex-prefeito pode sair de vez do cenário politico estadual devido a sua inelegibilidade. 
 
A TV Morena entrou contato com o ex-secretário de obras João Antônio de Marco, mas as ligações não foram atendidas. A produção também tentou contato com dois ex-funcionários da prefeitura, mas não conseguiu.
 
Segundo o MPF, a decisão judicial indica que há "fortes indícios de que, durante o processo de licitação destinado à contratação de empresa para implantação do aterro sanitário de Campo Grande, houve direcionamento/favorecimento da vencedora.
 
No total, segundo o MPF, a obra teve custo estimado de R$ 4.926.771,24. A investigação se baseou em relatórios da CGU (Controladoria-Geral da União), Polícia Funasa (Federal e Fundação Nacional de Saúde). São acusados de envolvimento o ex-pefeito de Campo Grande, servidores públicos municipais e federais, engenheiros e um empresário.
 
Para entender o caso

No dia 22 de maio de 2014, o Bom Dia MS da TV Morena exibiu uma reportagem mostrando que oito pessoas e a empresa Anfer Construções e Comércio Ltda tinham sido denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) por crime de improbidade administrativa.


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