O município de Dourados ainda não recebeu recursos este ano do governo do Estado para custear a Saúde Pública. Ao todo estão atrasados os pagamentos de dezembro e janeiro, um montante de R$ 2 milhões em recursos que não foram disponibilizados.
A informação foi confirmada na tarde de ontem pelo secretário municipal de Saúde, Sebastião Nogueira. Segundo ele, o impacto da falta de repasse é maior no pagamento dos fornecedores. Apesar disso, o Município estaria arcando com os pagamentos através dos recursos próprios e aqueles que recebe da União.
“A nossa preocupação está relacionada à qualidade no atendimento que pode começar a cair, se o Estado não fizer o repasse o quanto antes”, destaca.
Outra preocupação é a ajuda de custo que o Estado ficou de fazer para a ativação da Unidade de Pronto Atendimento (UPA -24h) que também não foi realizado. Os mesmos repasses, no valor de R$ 500 mil por mês, também garantem a ampliação do Hospital da Vida. Os repasses deveriam ter acontecido em dezembro, quando foi ativada, em janeiro e fevereiro.
O contrato de repasses foi assinado pelo então governador André Puccinelli, durante inaugurações em Dourados, dia 19 de dezembro do ano passado. Porém, a responsabilidade de repassar os investimentos ficou para o governador eleito, Reinaldo Azambuja.
Recentemente, cumprindo agenda em Dourados, Azambuja havia declarado à imprensa que esperava que herdaria o início do pagamento do contrato que, na opinião dele, deveria ter sido feito há dois anos, quando a UPA ficou pronta. O governador garantiu que a saúde será a sua principal bandeira de trabalho nos próximos 4 anos e a UPA de Dourados teria total assistência.
Em relação ao atraso, a presidente do Fórum dos Usuários do Sistema Único de Saúde, disse que a entidade vai se reunir amanhã para sessão ordinária e o assunto será colocado em pauta. Como usuária do Sus, ela destacou que a situação é preocupante porque, se a qualidade cair, conforme prevê o secretário na falta de outros repasses, os pacientes serão os maiores prejudicados.
“Temos visto que a ativação da UPA, desafogou os atendimentos do Hospital da Vida e deu uma melhora na Saúde pública de Dourados. Mas a falta de repasses nos preocupa porque sabemos que é difícil para a Prefeitura arcar com as despesas sozinhas”, destacou. A presidente do Conselho Municipal de Saúde de Dourados, Berenice de Oliveira Machado, diz que recebeu a informação na manhã de ontem e que vai se inteirar melhor sobre o problema no decorrer da semana.
Mesmo sem receber os repasses, o secretário diz que vai manter as atividades da UPA. Para isso, segundo ele, a Fundação de Serviços de Saúde de Dourados abriu um novo processo seletivo para a contratação de servidores que ficam à disposição da entidade para trabalhar na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) 24h ou Hospital da Vida. As inscrições começaram na última sexta-feira e seguem até às 19h desta quinta-feira, dia 26.
A redação entrou em contato com a Assessoria de Imprensa do Governo do Estado, que não se manifestou a respeito da falta de repasses para os serviços públicos de Saúde de Dourados.
