24/03/2015 às 15h35min - Atualizada em 22/05/2015 às 14h56min

Governador diz que TCE deve ter motivo para contratar filho de deputado

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O governado Reinaldo Azambuja (PSDB) não deu qualquer parecer sobre a contratação, que os aprovados em concurso dizem ser ilegal, de Felipe Nunes Modesto de Oliveira - do filho do seu líder na Assembleia Legislativa, o deputado Rinaldo Modesto de Oliveira (PSDB). Questionado, Azambuja ‘lavou as mãos’ sobre o assunto.

“Quem contrata é o Poder. Você tem que perguntar para o presidente do Tribunal de Contas, não foi o Governo. Se eles contrataram, eles devem ter um motivo", disse ontem (24), encerrando o assunto.

A contratação do filho do deputado foi revelada por servidores inconformados com o que chamaram de "cabide de empregos" instalado dentro da Corte.

O contrato com Felipe Nunes foi firmado 13 de fevereiro de 2015 pelo presidente do TCE, Conselheiro Waldir Neves. Antes de assumir a vaga de conselheiro, Waldir foi eleito deputado estadual e federal pelo PSDB.

De acordo com informações publicadas nas redes sociais pelo deputado Rinaldo, seu filho colou grau mais de um mês após a contratação: no dia 18 de março. O deputado escreve “É com muito orgulho que participei da colação de grau do meu filho Felipe no curso de Relações Internacionais. Filho, continue se esforçando, fazendo o que é correto e honrando a Deus, que Ele sempre vai te abençoar”.

Inconformados com o caso, os 198 aprovados no concurso 2013 do TCE emitiram nota de repúdio na qual informam que a contratação é ilegal; o salário pago ao recém-formado Felipe Nunes de R$ 12 mil é maior que o previsto por Lei a servidor efetivo R$ 7 mil; e que a função para o qual foi contratado é atividade fim (administrativa) para qual deveria ter sido designado um servidor efetivo.

 

Além de Felipe Nunes Modesto de Oliveira, a nora do ex-governador André Puccinelli (PMDB), Priscilla Ocariz de Puccinelli também foi cedida da Jucems (Junta Comercial de MS) para a Corte de Contas, bem como a filha dele, Denise Puccinelli foi nomeada como assessora no gabinete do líder do PMDB na Assembleia, deputado estadual Eduardo Rocha.

Recentemente um projeto polêmico de autoria do TCE foi retirado da Assembleia Legislativa pelo presidente do TCE, conselheiro Waldir Neves.  

O incidente ocorreu após o deputado estadual Marquinhos Trad (PMDB) denunciar a criação de supersalários para comissionados e a criação de número de cargos de confiança não especificado poderia abrir brecha para ‘apadrinhamentos políticos’.

A Corte de Contas enviou documento requisitando o projeto para fazer algumas adequações, logo após o presidente da CCJR (Comissão de Constituição, Justiça e Redação), deputado estadual Barbosinha (PSB) revelar à imprensa que a proposta seria aprovada com ressalvas, devido a vícios de inconstitucionalidade.

Ao todo 198 servidores aprovados em concurso esperam ser chamados para trabalhar na Corte. Durante a denúncia feita por Marquinhos Trad, os aprovados no concurso chegaram a ir a Casa de Leis pedir apoio dos deputados contra o projeto.


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