15/04/2015 às 17h00min - Atualizada em 22/05/2015 às 14h56min

Privatização da BR-163 em MS ainda divide opiniões de caminhoneiros

Mídia Max

Os motoristas de caminhões que passam por Mato Grosso do Sul e utilizam a BR-163 ainda têm opiniões diferentes sobre a privatização da via. Há um ano a concessionária administra a via e alguns motoristas relatam que não viram mudanças nos trajetos.

Motorista há 20 anos, Nelson Miro disse que não viu nenhuma mudança na rodovia. “Só vi eles construindo pedágio, mas na via mesmo não vi nenhuma mudança do que estava”, destaca o profissional de 58 anos.

Miro afirma que conhece todo o Brasil e que as rodovias estão cada vez piores. Ele viaja acompanhado da esposa e ela confirma a opinião do marido. “Só vão cobrar mais da gente, essas rodovias estão horríveis. Todas estão ruins”.

Por outro lado o motorista Eduardo Pires, de 48 anos, que trabalha há 30 como caminhoneiro, afirma que viu mudanças desde que a via foi privatizada. “Eu ando na 163 até onde acaba o asfalto, venho de Londrina (PR) e chego no Pará”. Ele reclama que na via ainda falta acostamento, mas que o asfalto e a sinalização melhoraram.

“Se a gente quebra (o caminhão) não tem parada, mas pelo menos vem o socorro da CCR”, ressalta.

Em relação aos números de acidente o caminhoneiro é categórico em dizer que diminuíram com o aumento na sinalização da via. Os amigos e caminhoneiros Marcos Antônio, de 38 anos, e Leandro Ostaki Reis, de 32 anos, são do Paraná e alegam que viram melhorias, mas também observam que muitos pedágios foram feitos ao longo da rodovia.

“De Campo Grande até Sonora eu contei uns oito e o difícil é que o dinheiro do frete vai ficar no pedágio. Eles estão melhorando a BR-163, mas espero que não fique muito caro”, disse Reis.

Com 20 anos de profissão, Antônio relata que há três anos não passava pela rodovia em Mato Grosso do Sul, mas que notou diferença. “Antes tinha uns buracos enormes e agora o asfalto está liso. O que falta mesmo são mais postos de parada e acostamento, mas duplicando melhora muito”.

Os motoristas afirmam que não viram acidentes ao longo do trajeto que fizeram e que a pista estava limpa. “Lá no Sul se você quebra na rodovia a polícia vem e ainda te acusa de ter quebrado de propósito. Aqui eles ajudam você a guinchar a carreta”, finalizou Reis.

 

Piores trechos

 

A PRF (Polícia Rodoviária Federal) destaca que os piores trechos da rodovia são os próximo a perímetros urbanos. “Tem uma mistura de trânsito entre viajantes, pedestre, carrinho de bebê, carrinho de mão e tudo isso causa mais acidentes”, relatou o inspetor Tercio Baggio.

De acordo com Baggio, os veículos que são urbanos e entram na rodovia muitas vezes estão mais lentos. “É nessa hora que tem mais acidentes, atropelamentos e consequentemente mais vítimas”, alertou.

Ainda segundo Baggio, os trajetos estão bem sinalizados e as ocorrências em sua maioria são causadas por falhas humanas. Uma saída para evitar os acidentes seria tirar a rodovia da cidade. “Em Dourados a 163 vai sair do perímetro urbano e vai ser desviada”.

Balanço da PRF

A PRF divulgou um balanço onde conta a redução de mortes na BR-163 desde que a CCR MSVia assumiu a administração da rodovia. De acordo com dados da PRF, um ano antes da rodovia ser privatizada houve registro de 48 mortes e no primeiro de gestão foram registradas 25 mortes.

Mesmo o número de mortes tendo diminuído, de acordo com dados da PRF, o número de acidentes aumentou de 849 para 857. A polícia ressalta que com a CCR, a PRF consegue fiscalizar melhor os motoristas, uma vez que não precisa auxiliar em acionamento de guincho, liberação da via, sinalização do acidente, entre outros trabalhos.

A PRF alega que os agentes estão podendo se dedicar de forma integral à atividade de fiscalização, como: infrações como ultrapassagens indevidas, excesso de velocidade e dirigir embriagado estão sendo combatidas de forma mais incisiva.

CCR

Além da redução do número de mortes a CCR registrou ocorrências de retirada de objetos da pista, com 17.690 casos, o equivalente a 27,8% do total. As equipes que trabalham na rodovia recolhem mais de 80 toneladas de resíduos por mês, entre embalagens, latas e sacos plásticos, entre outros.

De acordo com a CCR, mais de 70% dos atendimentos prestados aos usuários foram referentes a problemas causados pela falta de manutenção nos veículos. Ao todo, foram realizados 16.472 atendimentos por esse motivo. 


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