18/04/2015 às 13h14min - Atualizada em 22/05/2015 às 14h56min

Preso em operação contra pedofilia é diretor de empresa e revista gospel

O candidato a vice-governador de Delcídio do Amaral (PT), nas eleições de 2006, também será investigado por envolvimento no caso.

ALINY MARY DIAS
Correio do Estado

Preso em flagrante em operação da Polícia Civil que apura envolvimento de políticos em rede de pedofilia, Luciano Roberto Pageu é dono de empresa que organiza eventos e responsável por publicação de revista religiosa. O Grupo Altar, como é chamada a empresa que Luciano preside, teve relações com a prefeitura de Campo Grande, no ano passado.

Em extrato publicado em setembro do ano passado no Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande), a Fundação Municipal de Esporte (Funesp) autoriza o Grupo Altar, representado por Luciano, a utilizar as instalações do Parque Ayrton Senna, no bairro Aero Rancho, para promoção de shows gospel.

Na época, o espaço foi usado em três datas no mês de setembro e duas em dezembro para realização de show com dupla gospel, evangelização, vigília e até conferência religiosa.

No documento, a prefeitura não cobrou nenhum tipo de valor pela locação do espaço. O pagamento seria feito em permuta. No entanto, o documento não traz o detalhamento de qual serviço a empresa de Luciano prestaria para a administração municipal.

Além da promoção de shows, a empresa em nome de Luciano Pageu, mais conhecido como Luciano Altar, produz a revista Altar. No site da revista, Luciano aparece como diretor-presidente da publicação.

Nos registros da Receita Federal, a empresa de Luciano atua no ramo de marketing direto, gestão de espaços para espetáculos, produção de fotografia aérea, comércio de jornais e filmagem de festas e eventos.

OPERAÇÃO

Iniciada na última quinta-feira (18), a operação comandada pelo delegado Paulo Sérgio Lauretto, da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), apura o envolvimento de políticos em suposta rede de pedofilia.

Além de Luciano, também foi preso, na quinta-feira, o ex-vereador Robson Leiria Martins. Os dois teriam sido flagrados recebendo R$ 15 mil do vereador Alceu Bueno (PR), que seria suposta vítima de extorsão.

Os detalhes sobre a investigação e envolvimento de cada pessoa presa só deve ser divulgado pela Polícia Civil na próxima quarta-feira (22). No entanto, há suspeitas de que outros políticos estejam envolvidos no caso.

A reportagem apurou que ex-deputado estadual e que foi, inclusive, candidato a vice-governador de Delcídio do Amaral (PT), nas primeiras eleições em que ele concorreu ao cargo, em 2006,  também será investigado por envolvimento no caso.

PRISÕES

Luciano e o ex-vereador Robson Martins continuam detidos em razão de conversão da prisão em flagrante em preventiva. Os dois já entraram com pedido de liberdade, mas ainda não houve análise do pedido.

A reportagem tentou contato com o advogado Ramão Sobral, que representa o ex-vereador e Luciano, mas as ligações não foram atendidas. (Matéria alterada às 12 horas para correção de informação)


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