24/04/2015 às 07h00min - Atualizada em 22/05/2015 às 14h56min

Homem é suspeito de agredir a filha de sete anos por ela ter sujado a roupa em Goiás

G1

A Polícia Civil investiga o caso de um homem que teria agredido a filha de 7 anos com vários tapas por ela ter sujado a roupa enquanto brincava, em Luziânia, cidade goiana do Entorno do Distrito Federal. De acordo com as investigações, a criança mora com a mãe e foi passar o final de semana com o pai, que possui a guarda compartilhada. Ao voltar, ela apresentava vários hematomas pelo corpo.

A garota apresentava lesões nas pernas, braços e nas costas, onde ficou a marca de uma mão. As agressões ocorreram no último sábado (18). A mãe da vítima, que não quis se identificar, registrou um boletim de ocorrência e já prestou depoimento. Ela conta que, após ver a filha com os machucados, recebeu uma ligação do pai.

"Porque a roupinha dela ficou muito suja, o pai dela a agrediu. Ele me ligou alegando que essa é a forma dele corrigir, de educar. Só que sou completamente contra porque isso que ele fez eu acho que não foi correção. Ele espancou minha filha”, disse a mulher, que não quis se identificar.

O delegado Marcus Brener, responsável pelo caso, disse que também ouviu a criança e deve colher depoimento de testemunhas até o final da semana. Depois disso é que o suspeito será chamado. Ele diz que o caso é tratado como lesão corporal.

"Neste caso, tem uma qualificadora que é o fato da agressão ter ocorrido de pai para filho. Isso aumenta a pena para até três anos caso ele seja condenado pelo crime", afirmou ao G1.

Se ficar comprovado a agressão, o pai também pode perder o direito à guarda da menina. "Para que isso ocorra, a mãe teria que entrar na Justiça Comum para abrir um novo processo", explica.

Lei
Em 2014, entrou em vigor a Lei da Palmada, que proíbe o uso de castigo físico contra crianças e adolescentes. O Conselho Tutelar, que acompnha o caso, disse que muitos pais ainda não respeitam o texto e, mesmo assim, seguem agredindo seus filhos.

"O fato de você bater para corrigir não deixa de ser uma agressão física. Na verdade, a lei não está corrompendo o direito dos pais de educar seus filhos, mas sim coibir essa violência que antigamente usavam como subterfúgios. Batia para corrigir o meu filho. Mas esse bater gerava conflitos posteriores graves. Machucava as crianças, fora o prejuízo nas questões psicológicas”, destaca o conselheiro tutelar Maiko Maier.


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