25/04/2015 às 10h14min - Atualizada em 22/05/2015 às 14h56min

Dólar cai pelo quinto pregão seguido e termina semana em R$ 2,95

Valor

O dólar fechou em queda frente ao real pelo quinto pregão consecutivo, voltando ao menor nível desde 3 de março. A melhora do apetite a risco no cenário externo, com a recuperação do preço das commodities dando suporte às divisas atreladas a esses ativos como o real, e a expectativa de aumento do fluxo de recursos no mercado local têm ancorado a alta recente do real.

O dólar comercial caiu 0,91% encerrando a R$ 2,9537. Com isso, a moeda americana acumula queda de 2,72% na semana e de 7,47% no mês. Já o euro recuava 0,33% para R$ 3,2068. No mercado futuro, o contrato para maio caía 0,67% para R$ 2,96.

A expectativa da retoma das captações externas, após a divulgação do balanço da Petrobras, levou a um ajuste das apostas no mercado futuro de dólar, com os investidores reduzindo a posição comprada na moeda americana. Isso trouxe um alívio para o câmbio, que recuou da máxima de R$ 3,29 no ano, em 19 de março, para abaixo de R$ 3. “A queda do câmbio ontem e hoje está relacionada à expectativa do aumento das emissões, mas ainda não tenho visto uma melhora do fluxo”, afirma Paulo Celso Nepomuceno, estrategista da Coinvalores Corretora.
 

Outro fator que tem sustentado a alta de algumas divisas emergentes é a recuperação dos preços das commodities, principalmente do petróleo e do minério de ferro, que  sobe 23% nos três últimos meses.

Lá fora, as divisas atreladas a commodities apresentavam melhor desempenho hoje. A moeda americana recuava 0,60% frente ao dólar australiano, 0,34% diante do rand sul-africano, 0,31% em relação ao peso chileno e 0,28% frente ao peso colombiano.

Nepomuceno, no entanto, não vê espaço para uma queda maior o dólar e acredita na recuperação da moeda americana, prevendo um câmbio acima de R$ 3,30 no fim do ano.

Um risco para a recuperação do real no curto prazo é a possibilidade do Banco Central reduzir o volume de rolagem dos contratos de swap cambial que estão vencendo. Analistas já veem a chance de o BC optar pela renovação parcial desses papéis se o dólar permanecer abaixo de R$ 3, aproveitando o momento para reduzir o estoque nesses instrumentos cambiais que soma quase US$ 113 bilhões.

Hoje o BC renovou mais 10.600 contratos que venceriam em maio, cuja operação somou US$ 517,2 milhões.


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