O Grupo Globo terá que prestar esclarecimento à Justiça a respeito de pagamentos realizados ao filho caçula de um ex-diretor de jornalismo da emissora, Evandro Carlos de Andrade, falecido em 2001.
Segundo despacho do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a 3ª Turma convocou a Globo a apresentar um "contrato ou documento que justifique os pagamentos". Além disso, o ministro Villas Bôas Cueva, que cuida do caso, diz que a emissora tem que explicar por que não compensava os outros cinco filhos do primeiro casamento do jornalista.
Em resposta a um primeiro ofício que já havia sido enviado anteiormente, a Globo afirmou que resolveu arcar com as despesas do herdeiro, então menor de idade, por um ato de liberalidade, ressaltando que a intenção era "a manutenção de seu padrão de vida". Para o ministro, as justificativas da emissora foram "lacunosas" e ainda carecem de maiores explicações.
"O suposto contrato de doação em favor de um dos herdeiros foi firmado apenas um dia após o óbito do jornalista, sem que o representante legal das Organizações Globo estivesse devidamente identificado. A dúvida quanto à natureza dos pagamentos é plenamente justificável e deve ser sanada na fase instrutória, para melhor compreensão do julgador", finalizou Cueva, sobre a importância da representação da emissora ao juiz responsável pelo caso.
Evandro Carlos de Andrade foi diretor de jornalismo da Globo nos anos 90, sendo um dos responsáveis por criar a qualidade padrão do jornalismo global.
