14/05/2015 às 13h45min - Atualizada em 22/05/2015 às 14h56min

HU é contratato para 40 consultas por mês na ortopedia; fila é de 4,7 mil pedidos

Dourados Agora

O Hospital Universitário de Dourados encaminhou nota ao Douradosagora esclarecendo sobre a fila na ortopedia de Dourados que tem mais de 4,7 mil pedidos pendentes. De acordo com a unidade, o atual contrato com a prefeitura foi firmado em 9 de dezembro de 2014 e que nele consta uma meta de 40 consultas por mês, 120 por trimestre e 480 por ano em Ortopedia e Traumatologia para atender a todos os pacientes de Dourados e da macrorregião. Para tanto, o HU-UFGD conta com um médico especialista, que se destina exclusivamente a esse atendimento.

Informa, ainda que no primeiro trimestre da vigência do atual contrato, que engloba os meses de dezembro de 2014 e janeiro e fevereiro de 2015, superou em 9,28% a meta do período, tendo realizado 153 consultas na especialidade em questão.

Portanto o hospital esclareceu que está em conformidade com a realização de consultas médicas na área de Ortopedia e Traumatologia, a qual é pactuada via contrato com a Prefeitura de Dourados.

Conforme noticiou o Douradosagora, a cidade de Dourados tem 4.722 procedimentos pendentes na fila da ortopedia. São consultas e exames que não foram realizados; alguns pedidos são do ano de 2012. Os atendimentos são para pacientes de Dourados e da macrorregião atendidos no município, que tem gestão plena. Os dados são da Secretaria de Saúde de Dourados, com base em levantamento realizado no último dia 27 de março e fornecidos para a Defensoria Pública da União, que está ingressando com ação na Justiça.

Procurado pelo Dourados Agora, o Núcleo de Regulação explicou que do total de 4.722 procedimentos, 432 são pacientes que aguardam atendimentos. É que de acordo com o Núcleo, mais de um serviço é solicitado para cada paciente. Neste caso , são 1668 exames de ressonância magnética, 152 tomografias computadorizadas, 189 raio-x, 509 ultrassonografia de articulação, 1.458 fisioterapias, 314 consultas especializada como mão, cotovelo, ombro, coluna, quadril, joelho, perna, pé e pediatria. Em relação aos exames, em que pacientes aguardam há quase dois anos na fila, a prefeitura de Dourados contrata clínicas particulares porque o município não dispõe de um serviço público de diagnósticos para atender a população.

Segundo o Núcleo de Regulação,os contratos na rede particular contam com valores disponibilizados para este tipo de serviço. porém os recursos previstos nem sempre atendem a demanda total dos mais de 30 municípios de responsabilidade de Dourados. O núcleo diz que a Prefeitura chamará os municípios atendidos em Dourados para seminário com o objetivo de organizar o fluxo de pacientes enviados para a Saúde douradense. O setor espera que isto se reflita nos exames e na organização de leitos oferecidos. Há um mês, segundo o núcleo, a prefeitura implantou o Complexo Regulador de Leitos.

Em relação as consultas de ortopedia pendentes, o secretário de Saúde de Dourados, Sebastião Nogueira disse que estes atendimentos deveriam ser realizados no Hospital Universitário, que é pactuado com o município. Ele acredita que os serviços não estejam sendo realizados pelo hospital. O núcleo de Regulação afirma que Dourados também enfrenta problemas para lidar com as particularidades de cada hospital que muitas vezes apresenta problemas logísticos.

Alta Complexidade

Outro grave problema na ortopedia de Dourados é que o setor não dispõe de serviço de cirurgias de alta complexidade o que faz com que os pacientes dependam de Campo Grande que é a unidade referência. É o caso da estudante Ana Paula Neves Freitas, de 20 anos. Há quase 40 dias ela espera imobilizada num leito do Hospital da Vida, uma vaga na Santa Casa de Campo Grande, que ficou de greve até a tarde de ontem. A paciente sofreu um acidente de moto no dia 8 de abril e teve fraturas no fêmur, tíbia, tornozelo e acetábulo. Este último, não pôde ser realizado em Dourados que não tem o serviço.

O pai da vítima, o autônomo Paulo Freitas Soares, contou que a filha chora de dores pelo corpo e a angústia de não saber quando será atendida na capital aumenta ainda mais o sofrimento. “Um laudo do médico Temir Miranda pede urgência na cirurgia porque há um risco de rompimento de uma veia artéria. No entanto não estamos conseguindo nenhum socorro”, conta, observando que a esposa e a outra filha tiveram que deixar seus empregos para cuidar da paciente e que passam dificuldades.

Ao recorrer à Justiça, que é o único mecanismo que poderia autorizar a prefeitura a contratar particular, a juiza Marilaine Almeida Santos da Justiça Federal indeferiu o pedido da Defensoria Pública. Mesmo com laudo médico solicitando urgência, ela entendeu que a paciente deveria esperar na fila, mesmo que por tempo indeterminado. Ela pede uma nova perícia médica, na Justiça, mesmo a vítima estando imobilizada.

Neste caso, o secretário de Saúde de Dourados explicou que vários pedidos para Campo Grande estão sendo realizados mas Dourados aguarda resposta. Mesmo assim , o secretário garante que a paciente está sob cuidados médicos e sendo monitorada no Hospital da Vida.

Em relação a problemática da falta de cirurgias de alta complexidade, o secretário explica que Dourados não tem um hospital específico para este serviço, já que o hospital da Vida realiza apenas urgência e emergência. Ele espera que com a ativação do antigo Hospital São Luis a Prefeitura possa oferecer os serviços de alta complexidade. Ele diz que ainda este ano o serviço entrará em funcionamento.

De acordo com informações apuradas pelo Dourados Agora, em relação aos exames a prefeitura contrata particular com uma verba pré determinada. Em relação as consultas, a prefeitura contrata o Hospital Universitário para manter o serviço. As cirurgias de média e baixa complexidade de urgência e emergência são realizadas pela Prefeitura no Hospital da Vida. As de alta complexidade, o município encaminha para a Santa Casa de Campo Grande.


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