03/07/2015 às 17h00min - Atualizada em 03/07/2015 às 17h00min

Governo de MS suspende fornecimento de medicamentos

Quem depende dos remédios deve procurar Defensoria Pública.

- G1

O governo do estado de Mato Grosso do Sul suspendeu o fornecimento de alguns remédios a usuários que dependem da medicação. Segundo a Secretaria do Estado de Saúde (SES), o motivo foi a falta de matéria-prima usada para fazer o medicamento.

Ainda de acordo com a assessoria do governo, foi solicitada a compra do remédio, mas não há data para solução do problema.

Esta situação é vivida por Victória, de 7 anos, que tem uma doença rara, sem cura, chamada cistinose nefropática. A patologia causa perda de peso, desidratação e febre O corpo dela deixa de produzir uma enzima e, sem o medicamento, os rins podem parar de funcionar.

O laudo médico diz que o "cystagon" 50 miligramas é o único remédio capaz de evitar o avanço da doença. A família diz que não pode comprar o medicamento

“Não há como uma pessoa física fazer a compra desse medicamento, tem que ser através de acordos feitos entre governos de diversos países já que é um medicamento importado”, disse o pai Fernando Moreira Espíndola.

Espíndola e a mulher dele procuraram a defensoria assim que souberam da falta do medicamento. O pedido de urgência na entrega aguarda decisão da Justiça. O remédio da criança está quase acabando. A prefeitura de Campo Grande já deveria ter entregue novas caixas desde maio e não deu nenhuma previsão de solução para a família.

 “Não tem nenhuma expectativa de que haja esse envio de medicamento e nem sabem se já foi comprado ou vai comprar ou se está em fase de compra”, reclamou Espíndola.

A Secretaria Municipal de Saúde informou que pretende resolver o problema nos próximos dias. Como o medicamento é importado existem trâmites burocráticos que devem ser cumpridos tornando o processo mais demorado.

O estudante Pablo Neves vive situação semelhante. Ele tem um distúrbio chamado narcolepsia que causa sonolência excessiva. Para não cair no sono a qualquer momento, ele precisa tomar um medicamento que custa R$ 500 a caixa, mas é fornecido de graça pelo governo.

Só que o remédio "concerta" de 36 miligramas está em falta na Casa da Saúde. “Não é só o meu medicamento, tem várias outras pessoas que eu fiquei sabendo que está faltando medicamento e necessitam, até mais sério que eu”, disse o estudante.

O último frasco do remédio do Neves está quase acabando. A preocupação da mãe do estudante, Brasiluza Neves, só aumenta porque sem o medicamento o filho não consegue ter uma vida normal

“Para ele estudar, trabalhar ele depende dessa medicação, infelizmente nós não temos”, pontuou a mãe.

A orientação para quem teve medicamento suspenso é procurar a Defensoria Pública que fica na rua Antônio Maria Coelho, 1.668, Campo Grande. Além da receita atualizada, o paciente também deve levar um orçamento mensal do custo do remédio.

Descarte de medicamentos vencidos
Remédios com prazo de validade vencido não deve ser jogado em lixo comum. Uma lei estadual exige que as farmácias tenham um lugar para receber medicamentos vencidos. Algumas já fazem isso.

A prefeitura é responsável por fazer a fiscalização. Em Campo Grande, a assessoria da prefeitura informou que a entrega pode ser feita em qualquer uma das Unidades Básicas de Saúde (UBS).


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