Dorival Jr terminou a temporada de 2014 dirigindo o Palmeiras. Conseguiu ajudar a equipe a se livrar do rebaixamento apenas na última rodada. Agora, há apenas uma semana no comando do Santos, o treinador vive a mesma realidade: a luta para não cair. Mesmo em pouco tempo de trabalho na Baixada Santista, Dorival já enxerga semelhanças entre as equipe e espera usar lições do passado alviverde para tirar o Peixe da incômoda 17ª colocação no Campeonato Brasileiro.
“O que eu vi é que, de repente, um fato mínimo acabava desconcentrando completamente a equipe. E isso nós vivemos também no Palmeiras. Por isso, você tem de tentar estancar o mais rápido possível, no primeiro momento. E depois, aí sim, alcançar uma regularidade”, explicou, lembrando que a tendência é a competitividade aumentar, conforme o campeonato vai afunilando.
“O Brasileiro é muito complicado, difícil. Além disso, no segundo turno, a competição se torna ainda mais difícil, porque todas as equipes entram necessitando de, ou estar mais próxima da liderança, ou de se afastar da zona de rebaixamento. Os jogos serão ainda mais disputados. Não podemos nos dar este luxo”, avisou.
Em 20 jogos no comando do Palmeiras, Dorival conseguiu seis vitórias, cinco empates e nove derrotas, um aproveitamento de 38,33% (23 pontos ganhos em 60 disputados). Assumiu o time em 16º e entregou na mesma posição, a primeira fora do Z4. Apesar de não cair à Série B, o técnico não teve seu contrato renovado. Mesmo assim, não guarda remorsos às vésperas de reencontrar seu ex-clube, no Allianz Parque.
“É sempre satisfatório. As dificuldades foram muito grandes. Foi um trabalho muito difícil. Não foi fácil de desenvolver em razão de ‘n’ fatos que aconteceram em todo o período. Mas foi no último momento que conseguimos uma saída. Eu só tenho a agradecer a todos que lá estiveram comigo neste processo todo, que não foi fácil. Mas agora é pensarmos no Santos, única e exclusivamente”, contou.
Após a saída de Dorival Jr, o Palmeiras apostou em Oswaldo de Oliveira e chegou ao vice-campeonato Paulista, perdendo a taça justamente para o adversário deste domingo. O mau início de Brasileirão, porém, acabou fazendo o clube trocar Oswaldo por Marcelo Oliveira. O ex-técnico do Cruzeiro tem apenas sete partidas à frente do Palmeiras (com cinco vitórias, uma derrota e um empate), mas, para Dorival, o suficiente para obter alguma vantagem no clássico.
“O Marcelo Oliveira já tem um pouco mais de casa, mais tempo com o elenco do Palmeiras. Eu estou conhecendo o elenco do Santos ainda na primeira semana de trabalho. O momento do Palmeiras é melhor que o do Santos. Agora, o Santos está buscando uma recuperação, e eu não tenho dúvidas que vamos tentar tirar essa diferença com muita luta, dedicação e a gana de uma equipe que venceu uma partida e quer vencer mais”, afirmou, sem perder a confiança no seu trabalho.
