30/07/2015 às 07h34min - Atualizada em 30/07/2015 às 07h34min

Tigres e River Plate ficam no 0 a 0 e deixam decisão para o Monumental

- Gazeta Esportiva

Ninguém conseguiu mexer no placar nos primeiros 90 minutos da final da Copa Libertadores da América. Na noite desta quarta-feira, Tigres e River Plate ficaram no 0 a 0 na partida de ida, realizada no Estadio Universitario, em San Nicolás de los Garza, região metropolitana de Monterrey.

Assim, a decisão fica para o jogo de volta, que acontece na próxima quarta-feira (5 de agosto), no Estádio Monumental de Núñez, onde o River Plate já ergueu duas vezes a taça da competição, em 1986 e em 1996. O Tigres, por sua vez, vai à Argentina perseguir o sonho de ser o primeiro time mexicano a levantar o troféu.

Como não há critério de gols fora de casa na final do torneio, qualquer empate em Buenos Aires leva a prorrogação de 30 minutos (dois tempos de 15) e, caso a igualdade persista, disputa de pênaltis.

Detalhe que ambos os finalistas saíram do grupo 6 da competição, no qual tiveram desempenhos opostos. O Tigres, líder com 14 pontos, teve a segunda melhor campanha da primeira fase, após empatar duas vezes com o River Plate no processo (1 a 1 e 2 a 2). Os argentinos, por sua vez, foram a pior equipe a avançar às oitavas de final ao somarem sete unidades na chave.

Em seu caminho à decisão, os mexicanos passaram por Universitario Sucre-BOL nas oitavas, Emelec-EQU nas quartas e, na semi, despachou o Internacional. Mesmo com melhor campanha na competição, a equipe de Rafael Sobis e Gignac não pôde disputar a finalíssima em casa, uma vez que a última partida da Libertadores precisa ser jogada em solo sul-americano.

Já o River superou o arquirrival Boca Juniors em confronto polêmico nas oitavas de final, com direito a eliminação dos xeneizes por causa do gás de pimenta atirado pela torcida em La Bombonera. Na sequência, os Milionários viraram o confronto diante do Cruzeiro após derrota por 1 a 0 em casa e vitória sonora por 3 a 0 no Mineirão. Na semifinal, os comandados de Marcelo Gallardo não tiveram muitas dificuldades para superar o Guaraní-PAR e voltar à final, que não disputava desde 1996, quando ergueu o troféu com seu atual treinador jogando como meia.

Primeira etapa tem início nervoso, maior posse do Tigres e chances pontuais

Após entrar bem no segundo jogo da semifinal contra o Guaraní-PAR, o meia-atacante Tabaré Viudez ganhou espaço no time titular de Gallardo, no lugar do veterano Lucho González, para a partida de abertura da decisão. O Tigres, por sua vez, teve a volta do zagueiro Hugo Ayala, suspenso no segundo jogo contra o Inter, e a entrada de Damián Álvarez na vaga de Javier Aquino entre os 11 iniciais, além do retorno de Jorge Torres Nilo à lateral esquerda.

Apesar de já ser noite (20 horas) em San Nicolás de los Garza, na região metropolitana de Monterrey, o sol ainda brilhava forte quando a bola começou a rolar no Estadio Universitario. Em clima de nervosismo pela decisão, as duas equipes fizeram uma partida truncada no início, evitando expor seus sistemas defensivos. Assim, o primeiro cartão amarelo da partida saiu cedo: aos dois minutos, para o lateral Vangioni, do River Plate, por falta em Jürgen Damm.

Com os dois times se soltando aos poucos no gramado, os argentinos foram os primeiros criar chance de gol. Aos 12 minutos, após confusão na área mexicana, a bola sobrou para Mercado, que tentou a finalização de frente para a meta, mas ela desviou na defesa e ficou fácil para a defesa de Nahuel Guzmán.

A tensão dos primeiros minutos culminou em desentendimento aos 14, quando, após dividida entre os dois, Mercado deu um leve chute na panturrilha de Gignac, que se irritou e começou a discutir com o adversário. O resultado do lance foi uma bronca do árbitro Antonio Arias aos dois.

Explorando as escapadas em velocidade pelas laterais, os mandantes acertaram a trave de Barovero aos 17 minutos, quando Arévalo Ríos chegou à linha de fundo pela direita e fez o cruzamento, que desviou em Vangioni no meio do caminho e pingou no travessão. Já aos 20 foi o arqueiro argentino que evitou gol do Tigres, ao saltar bem para defender cabeçada de Sobis após cruzamento de Jürgen Damm do lado direito.

Por causa do calor de aproximadamente 35ºC, o árbitro interrompeu a partida aos 25 minutos para que os atletas se reidratassem. Na volta da pausa, no entanto, Rafael Sobis não pareceu refrescado ao fazer falta em Maidana, reclamar muito e receber cartão amarelo de Antonio Arias.

Aos 34, os visitantes voltaram a aparecer bem na área mexicana. Lucas Alario recebeu de Carlos Sánchez e tentou tirar a bola de Guzmán, mas o goleiro saiu bem para ficar com ela. Aos 39, o zagueiro Ayala sentiu contusão e foi substituído por José Rivas. O Tigres tentou responder na sequência, mas com a zaga milionária bem postada na cobertura, passou a buscar a aproximação à área argentina através das trocas de passes pelo meio, também sem sucesso até o intervalo.

River volta melhor do vestiário, mas Gallardo é expulso, e Barovero salva

Buscando o controle do meio-campo, dominado pelo Tigres em grande parte da primeira etapa, Marcelo Gallardo promoveu duas alterações no intervalo: colocou Bertolo e Pity Martínez nas vagas de Tabaré Viudez e Rodrigo Mora, respectivamente.

Nos primeiros minutos da segunda etapa também não faltaram ingredientes de Libertadores. Aos cinco minutos, Bertolo tabelou com Pity Martínez, invadiu a área pelo lado esquerdo e, ao adiantar muito a bola, foi desarmado por carrinho de Rivas. Os argentinos ficaram pedindo pênalti, mas o árbitro indicou que o zagueiro mandante travou na bola.

Aos dez, foi a vez de Kranevitter e Jürgen Damm se desentenderem. Em dividida pelo lado esquerdo da defesa milionária, o argentino deu uma gravata no meia adversário, que reagiu com uma cotovelada discreta e recebeu cartão amarelo.

Os mandantes tiveram a primeira chance de gol da segunda etapa aos 15 minutos. Em cobrança de falta pelo lado direito, o zagueiro brasileiro Juninho enganou a zaga ao partir correndo para a bola e, em vez de bater, rolar na entrada da área para Guido Pizarro, que chegou batendo, mas não pegou forte nela e Barovero fez defesa segura.

O jogo continuou nervoso. O River Plate conseguia mais posse de bola que na primeira etapa, mas tinha dificuldades em penetrar a defesa do Tigres, mesmo problema demonstrado pelos mexicanos, que eram pouco criativos ofensivamente. Aos 25 minutos, cansado, Arévalo Ríos deu lugar a Jesús Dueñas no meio-campo do time mandante.

Alvo de laser da torcida mexicana, o treinador Marcelo Gallardo se irritou, reclamou muito com o quarto árbitro e acabou expulso da partida aos 28 minutos. Na sequência, os Milionários tiveram sua última alteração, com a entrada de Lucho González no lugar de Ponzio. Foram os mandantes, no entanto, que tiveram chance de marcar aos 33 minutos, quando o zagueiro Juninho soltou uma bomba em cobrança de falta e exigiu nova boa defesa de Barovero para salvar o River.

O Tigres ainda teve a melhor oportunidade da partida aos 38 minutos, quando Damm recebeu boa bola de Dueñas dentro da área, tentou cortar o goleiro argentino e se atrapalhou, perdendo grande oportunidade. Na reta final de partida, ambas as equipes pouco se expuseram, e deixaram a definição para o Monumental de Núñez, daqui a uma semana.

FICHA TÉCNICA
TIGRES-MEX 0 x 0 RIVER PLATE-ARG

Local: Estadio Universitario, em San Nicolás de los Garza (México)
Data: 29 de julho de 2015, quarta-feira
Horário: 22 horas (de Brasília)
Árbitro: Antonio Arias (do Paraguai)
Assistentes: Eduardo Cardoso e Juan Zorrilla (ambos do Paraguai)
Cartões amarelos: Jürgen Damm e Rafael Sobis (Tigres); Mercado, Vangioni e Ponzio (River Plate)

TIGRES: Nahuel Guzmán; Jiménez, Hugo Ayala (José Rivas), Juninho e Jorge Torres Nilo; Arévalo Ríos (Jesús Dueñas), Guido Pizarro, Damián Álvarez e Jürgen Damm; Rafael Sobis e Gignac
Técnico: Ricardo “Tuca” Ferretti

RIVER PLATE: Barovero; Mercado, Maidana, Funes Mori e Vangioni; Carlos Sánchez, Kranevitter e Ponzio (Lucho González); Viudez (Bertolo), Rodrigo Mora (Pity Martínez) e Lucas Alario
Técnico: Marcelo Gallardo


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