30/07/2015 às 13h05min - Atualizada em 30/07/2015 às 13h05min

Com menos atrações, Festival de Bonito começa com polêmica

- O Estado Online

Começa hoje (30) a 16ª edição do Festival de Inverno de Bonito, em meio a mudanças de datas e com a terceirização de parte de sua organização. Sob o argumento de tornar o evento mais barato, a Sectei (Secretaria de Estado de Cultura, Turismo, Empreendedorismo e Inovação) reduziu em um dia o calendário do festival e cortou o total de atrações nacionais. Além disso, escalou uma Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) para administrar boa parte dos recursos, em especial aqueles destinados ao pagamento dos artistas regionais, segundo explicou o titular da secretaria, Athayde Nery de Freitas Junior.

Em convocação finalizada no fim de maio, o governo do Estado selecionou o Instituto Máxima Brasil para administrar R$ 341 mil em recursos do festival. Conforme Athayde, os valores contemplam os cerca de R$ 80 mil destinados ao pagamento de artistas regionais –no festival de 2014, o governo desembolsou menos de R$ 40 mil com essa parte do Festival de Bonito.

Número de shows nacionais foi restrito a gasto de R$ 214 mil

Na ponta do lápis, os R$ 2,4 milhões que o evento custou no ano passado foram reduzidos a R$ 950 mil neste ano. O maior corte ocorreu nos shows nacionais: de mais de R$ 700 mil utilizados para contratar shows como o das bandas Titãs e Jota Quest e das cantoras Maria Rita e Perla –alguns deles receberam também para se apresentar no extinto MS Canta Brasil–, o gasto foi reduzido para R$ 214,6 mil, a serem destinados aos shows de Almir Sater (R$ 60,7 mil), Sérgio Reis e Renato Teixeira (R$ 93 mil) e Zeca Baleiro (R$ 60,9 mil).

A polêmica, contudo, ocorreu na seleção dos artistas regionais. Segundo Athayde, enquanto a FCMS (Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul) pagará pelos principais shows, caberá ao Instituto Máxima Brasil realizar o pagamento dos artistas locais. Além disso, diferente de anos anteriores, não houve edital para convocação de interessados em se apresentarem no festival: uma comissão da FCMS selecionou por si só os artistas.

“Para cuidar da estrutura do festival e a logística foi feito um edital, e quem ganhou foi o Instituto Máxima. Isso dá agilidade. Foi preciso mudar a data do festival e tivemos pouco tempo, então fizemos um edital só”, apontou o secretário.

Comissão selecionou artistas regionais

Athayde Nery disse ter deixado os editais para o Festival de Bonito de lado sob a alegação que uma curadoria na FCMS –composta, segundo ele, pelo superintendente Francisco Ferrari, a secretária-adjunta Andréa Freire e o músico Jerry Espíndola, entre outros, realizaram a escolha dos artistas.

O cantor Márcio de Camilo foi escolhido para se apresentar no festival, mas disse ter sido convidado pela “cidade de Bonito, que contratou o espetáculo ‘Crianceiras’. A cidade fez uma audiência pública, foi por isso que o espetáculo foi escolhido e isso me faz muito feliz”.

“Esse ano não tivemos nem o edital, ninguém sabe como foi a escolha e ainda tem uma Oscip envolvida. Quem foi escolhido vai achar tudo lindo porque não vai precisar de documento nenhum para receber”, declarou um produtor musical, que pediu para não ser identificado, sobre o processo de seleção.

Sobre a escolha da Máxima Social, Athayde reforçou que a Oscip se apresentou e foi habilitada para ser escolhido, havendo sustentação técnica e jurídica. A entidade –cujo telefone é o mesmo de uma organização conhecida como Grupo Albuquerque– é presidida por Larissa Crepaldi Dias Barreira, que também defendeu a legalidade no processo de escolha por meio do edital.


Link
Notícias Relacionadas »