16/09/2015 às 15h05min - Atualizada em 16/09/2015 às 15h05min

Quase 20 anos depois, professor mineiro é preso pela morte de ex-mulher

- Uol

Quase duas décadas após ser responsabilizado pelo assassinato da ex-mulher Alba Valéria Rios, 33, em Minas Gerais, por ciúmes, o professor universitário Roberto Gomes da Silva, 61, foi preso em Teixeira de Freitas (BA), região metropolitana de Salvador, nesta segunda-feira (14), pela Polícia Civil de Minas Gerais, com a colaboração da polícia baiana.

Silva havia se casado novamente e levava uma vida normal como professor universitário em Teixeira de Freitas, segundo a polícia. Ele é formado em economia e matemática, além de ter pós-graduação em pedagogia, e lecionava física e matemática.

Ao longo das quase duas décadas, o professor não teve contato com os quatro filhos do casamento com a mulher assassinada. Alba Rios foi morta com dois tiros na cabeça em novembro de 1996. Três pessoas e o professor foram condenados pelo crime. Como Silva foi considerado foragido, seu julgamento foi suspenso. Com sua prisão, o TJ-MG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais) vai retomar o caso.

O professor e Alba estavam juntos havia 16 anos e moravam no bairro Santa Cruz, região leste de Belo Horizonte, mas decidiram pela separação. Pouco tempo depois, Silva, então com 41 anos, soube que a ex-mulher estava namorando outra pessoa. Enciumado, planejou a morte de Alba, pedindo ajuda a um amigo, que indicou uma pessoa que pudesse cometer o homicídio.

De acordo com a polícia, o professor à época lecionava em três escolas diferentes e teria conversado o porteiro de uma delas, Antonio Alves da Silva, sobre o caso. Assim, o porteiro teria apresentado um primo, Luiz Carlos Ribeiro da Silva, 24, que poderia cometer o crime.

Morte por encomenda

Segundo as investigações da polícia mineira, o professor ofereceu R$ 5.500 para que a mulher fosse morta. Com o acordo fechado, o professor e Luiz Carlos Silva foram até a casa de Alba.

Luiz Carlos ficou quatro dias rondando a residência da ex-mulher do professor. Chegou a desistir, mas sua companheira, Solange Rodrigues, 18, o incentivou a prosseguir por causa do dinheiro e o ajudou no planejamento do crime.

O casal foi até a residência no bairro Santa Cruz para matar Alba, de acordo com o inquérito. Porém, antes disto, beberam em um bar da região para "tomar coragem".

Alba Rios mantinha um ateliê de costura nos fundos da casa. Luiz Carlos e Solange entraram, fingindo ser clientes. O homem chegou a pedir que a costureira lhe fizesse um blazer, mas foi com o pedido de um vestido para a sua mulher que ele colocou o plano em prática. Quando Rios se virou para buscar uma fita métrica, ele atirou duas vezes. No dia do crime, ela estava em casa com dois filhos, de 4 e 13 anos.

O casal foi preso poucos dias após o crime e revelou a história, possibilitando que a polícia chegasse até o professor, ex-marido da vítima. Detido, negou ser o mandante e conseguiu um habeas corpus dois dias depois, sendo liberado. A polícia continuou as investigações, mas Silva desapareceu.

O inquérito foi concluído e o julgamento ocorreu em 2002. Luiz Carlos Silva, autor dos disparos, foi condenado a 13 anos de prisão, mas está foragido desde 2014, quando obteve benefício de saída temporária e não voltou para a prisão. Solange cumpriu pena de quatro anos.

O porteiro Antonio Alves da Silva, que indicou o primo para executar o crime, foi condenado a 12 anos de prisão e atualmente está em liberdade condicional, com tornozeleira eletrônica.


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