21/09/2015 às 08h25min - Atualizada em 21/09/2015 às 08h25min

“Apressadinhos” estão no topo do ranking e já levaram 18,6 mil multas este ano

Fabiane Dorta - Dourados News
Na avenida Marcelino Pires, em Dourados, o limite de velocidade permitido é até 50 km/h, mas nem todos respeitam (Foto: Gizele Almeida)

Ultrapassar o limite de velocidade permitido já virou hábito. Quem nunca correu um pouco a mais com a desculpa de que estava com pressa ou presenciou alguém muito próximo fazendo isso? Afinal, assumir o risco de ser multado numa cidade onde a fiscalização ainda está aquém do necessário é uma questão de “azar”, certo? Não exatamente.

Que o poder público precisa de mais estrutura para coibir os infratores, ninguém duvida. Mas, o cidadão também tem seu compromisso a zelar. Afinal, o condutor que corre demais fere as leis que foram feitas justamente para garantir a segurança no trânsito que ele tanto busca. Sendo assim, fica fácil saber porque o trânsito está como está: “A Culpa é de Todos” e o papel de cada um o Dourados News mostra esta semana numa série de reportagens que tem esse nome, elaborada em alusão à Semana do Trânsito.

Essa primeira matéria mostra justamente o que foi descrito acima: tem muita gente apressada no trânsito. Entre janeiro e agosto deste ano, foram aplicadas pelo menos 18.605 multas a condutores que transitavam em velocidade acima da máxima permitida.

Os dados foram enviados pelo Detran/MS (Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul), a pedido do Dourados News. A maioria desses – que soma 12.765 – foi flagrada trafegando em até 20% acima da velocidade permitida para a via; 4.249 entre 20% e 50%; e 1.591 mais de 50%.

É fato também que a quantidade de “apressados” que receberam multas diminuiu do ano passado para este. Entre janeiro e agosto de 2014, foram 23.881 infrações deste tipo registradas. Reduziu bastante quem conduz até 50% acima da velocidade permitida, mas aumentou um pouco a quantidade dos que dirigem ou pilotam acima disso.

Para exemplificar, vamos usar a principal avenida de Dourados: Marcelino Pires. A velocidade máxima permitida no ‘centrão’ é de 50 km/h e o número está pintado em letras bem grandes na pista. É como se os muitos condutores infratores trafegassem a 60 km/h (20% do máximo), 75km (50%) ou até mais do que isso.

IMPRUDENTE E DESATENTO

A imprudência, ou seja, o condutor infringir as regras sabendo que está fazendo isso errado, ainda é unanimidade entre os representantes dos órgãos de segurança como os motivos que levam a mais acidentes ou multas e fazem com que o trânsito esteja nas condições em que se encontra hoje. Mas, eles também lembram que não é tão simples assim. Há mais fatores que influenciam.

O diretor-presidente da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), Ahmad Hassan Gebara, o Mito, lembra que sinalização existe justamente para alertar o condutor sobre as regras da via e precisa ser cumprida. “A via está sinalizada, mas o condutor muitas vezes vem correndo e não respeita. Isso acaba gerando acidentes”, afirma ele, ressaltando que apesar dessa conduta, a quantidade de colisões diminuiu na cidade. Conforme Gebara, a prefeitura tem priorizado revitalizar a sinalização e condições nas vias de grande fluxo na área central e nos bairros. Mas, que a ideia é ampliar as ações.

O comandante do 3º BPM (Batalhão de Polícia Militar), Carlos Silva, também lembra que uma das coisas que contribui muito para o trânsito estar como está hoje é a incapacidade do motorista de se manter 100% voltado para a via durante o trajeto, ou seja, ele está sempre com som alto ligado, falando ao celular, entre outros. Por outro lado, lembra ainda que existem aqueles motoristas e pilotos que conduzem de forma agressiva, excedendo os limitares de velocidade, provocando acidentes.


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