Auditores-fiscais do trabalho interditaram o “lixão” de Fátima do Sul. Além de irregularidades no serviço de separação de material reciclável e nos equipamentos, também foram constatadas situações degradantes de trabalho, já que existiam barracos de lona utilizados como alojamentos precários no local.
Durante as inspeções foram encontrados 25 pessoas exercendo as atividades em condições insalubres, em contato direto com o lixo, sem uso de equipamentos de proteção individual, sujeitos a acidentes de trabalho com cortes, perfurações e fraturas, bem como a contrair doenças em virtude da exposição aos diversos riscos biológicos existentes – materiais orgânicos, além da existência de diversos animais transmissores de doenças como ratos, sapos, cobras, moscas e urubus.
Destes, 20 estavam alojados em barracos de lona de modo precário e improvisado, sem qualquer higiene, sem instalações sanitárias e fornecimento de água há quatro dias, resultando em condições degradantes de sobrevivência.
Os barracos estavam ocupando o mesmo espaço do depósito do lixo urbano, sem qualquer limitação ou separação.
As máquinas e equipamentos utilizados para separação dos materiais também estavam irregulares, podendo ocasionar esmagamento e aprisionamento de segmentos corporais, além de outros tipos de acidentes de trabalho.
Para os auditores, a situação encontrada demonstra nítida negligência em relação às normas de segurança por parte das empresas, bem como conivência e descaso por parte do Município, que tolera e até permite a instalação de alojamentos precários naquela área.
Para suspensão da interdição, o município e as empresas deverão tomar diversas providências no sentido de regularização do ambiente de trabalho, dos equipamentos e alojamentos, e solicitar nova vistoria ao MTE (Ministério do Trabalho e Emprego).
A ação iniciou no dia 24 se prolongando até dia 29 de setembro quando as empresas e o município de Fátima do Sul receberam o termo de interdição.