O garçom João Carlos Ribeiro, 34 anos, foi preso acusado de estuprar pelo menos cinco mulheres, entre os dias 20 de julho e 29 de setembro deste ano, em vários bairros da Capital. O “maníaco da internet” encontrava as mulheres em redes sociais, depois ia até as casas, onde as amarrava e as estuprava por pelo menos três vezes. Ele ainda roubava os pertences das vítimas.
O primeiro caso ocorreu no Jardim Aero Rancho. A delegada Franciele Candotti, da Deam (Delegacia de Atendimento à Mulher), contou que o autor invadiu a casa da vítima de 24 anos, amarrou-a e a colocou em cima da cama deitada de bruços. Ele praticou o estupro e depois andou pela casa em busca de objetos para roubar. O homem ainda praticou sexo com a mulher por pelo menos três vezes.
Depois o estuprador levou a mulher para dentro do banheiro, onde retirou as cordas e mandou não contar sobre o caso para ninguém, pois ele sabia onde ela morava. Em todos os casos o garçom usava roupas pretas, touca e uma mochila, onde carregava preservativos e a corda.
Os outros casos ocorreram nos dias 21 de agosto, no Bairro Guanandi, 18 de setembro, no Jardim Montevideu, e 29 de setembro, no Santa Luzia, sempre repetindo o “modus operandi”. A delegada destacou que João retirava a touca antes de sair da casa. Este detalhe, entre outras características, ajudou na sua identificação do autor.
No dia 16 de setembro, conforme a delegada Marília Brito Martins, o autor invadiu uma casa no Bairro Parati, porém a vítima conseguiu escapar, antes que ele a estuprasse.
“Ele não amarrou a vítima, mandou ela ficar quieta, se não mataria o seu filho”, contou Marília, apontando que ele a ameaçava com uma faca. Durante um descuido do autor, a mulher conseguiu achar uma brecha, correu e pulou a janela, onde pediu ajuda para os vizinhos. O garçom fugiu sem praticar o ato sexual, porém ele havia passado a arma do crime no órgão genital da vítima, então o caso também foi considerado como estupro, por conta do ato libidinoso adverso.
O autor contou que usava as redes sociais para encontrar as mulheres, onde conseguia o nome, endereço, telefone e até outros dados pessoais, como identificação dos parentes e a quantidade de filhos que as mulheres possuíam. Todas as informações eram anotadas em uma folha, que foi apreendida na casa de João, no Jardim Morenão, no dia 2 de outubro, quando foi expedido o mandado de prisão.
Ele alegou que entrava na casa das vítimas com consentimento delas. João Carlos disse que as mulheres eram garotas de programa e cobravam de R$ 100 a R$ 150. No entanto confessou que não pagou e ainda as roubou. “Eu achava o anúncio nas salas de bate papo e entrava em contato”, contou.
A delegada Rosely Molina, titular da delegacia, apontou que outras vítimas podem surgir após a identificação do autor. A vítima do Bairro Guanandi prestou queixa contra João, após a polícia encontrar o seu CPF na casa do acusado. Ao ser procurada, a vítima admitiu que foi estuprado, registrando a ocorrência na Deam.
João Carlos está preso e vai responder pelo estupro das cinco mulheres. Caso condenado, a pena dele pode chegar até 10 anos de prisão para cada caso.
Casos - Até outubro deste ano foram registrados 69 casos de estupro, conforme a delegada Rosely. Em 2014, 75 ocorrências foram encaminhadas para a Deam. A metade dos autores dos crimes são conhecidos das vítimas, apontou a delegada.
Quando o autor não é reconhecido pela vítima, ela deve levar à delegacia todas as provas que levem a identificação do acusado, sendo as roupas pela mulher durante o crime, e não mudar a "cena do crime". A delegada ainda explicou que muitas vítimas querem se livrar de todos os vestígios do estupro, então tomam banho ou queimam as roupas, o que pode dificultar as investigações.