Um estudo inédito feito em parceira pela Austin Rating – principal empresa de classificação de risco do país – e Editora Três colocou municípios do Estado, como Campo Grande, Dourados, Nova Andradina e Corumbá entre os melhores do Brasil.
O documento levou em conta indicadores econômicos, fiscais, sociais e digitais, extraídos do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), STN (Secretaria do Tesouro Nacional), Datasus, Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio), entre outros.
Para concluir o levantamento e montar o ranking, a empresa desenvolveu o que chamou de IISD (Índice de Inclusão Social e Digital), metodologia de classificação que levou em conta 212 indicadores dos municípios sobre questões como execução do orçamento, capacidade de arrecadação, qualificação de emprego e o nível de distribuição de renda, mobilidade digital e acesso gratuito à internet, e números de investimentos em serviços básicos como educação e saúde.
O levantamento dividiu os municípios entre grande porte, mais de 200 mil habitantes, médio porte, de 50 mil a 200 mil habitantes e pequeno porte, até 50 mil habitantes. Além de um ranking geral, as cidades também foram classificadas em sub áreas fiscais, econômicas, digitais e sociais.
A Capital do Estado, Campo Grande, aparece como a 9ª colocada no ranking geral (encabeçada por Curitiba, PR) e na mesma posição entre as maiores cidades do país, dos chamados municípios de grande porte. Em ambos os rankings apenas três capitais (Curitiba, Belo Horizonte e Goiânia) aparecem à frente de Campo Grande.
Na classificação que levou em conta apenas os indicadores econômicos, que assinalou os avanços quanto ao padrão de vida (que mediu poder de compra e o número de bens duráveis nos domicílios), mercado de trabalho e o desempenho das exportações e a corrente de comércio de cada cidade, Campo Grande apareceu na 1ª colocação do ranking geral e entre as maiores, e Dourados a 2ª entre as cidades de médio porte.
Números fornecidos à publicação dão conta que a Capital sul-mato-grossense quintuplicou sua população entre 1970 e 2010, e que a expansão econômica seguiu a mesma proporção. Para se ter uma ideia do potencial campo-grandense, das mais de 183 mil empresas ativas no Estado, quase 76 mil são residentes na cidade. Em quatro anos, segundo o estudo, de 2010 para 2014, as exportações saltaram de US$ 316,7 para US$ 528,1 milhões, o equivalente a quase R$ 2 bilhões.
Quando o assunto é apenas padrão de vida, com números baseados no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano – do PNUD, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), Campo Grande (1ª colocada) e Dourados (3ª no porte médio) voltam a se destacar.
Dourados também aparece como a 5ª colocada, entre municípios com até 200 mil habitantes, no potencial de geração de postos de emprego e renda. Já a Capital é a 8ª entre as grandes cidades. Neste quesito, Nova Andradina (27ª) e Sidrolândia (37ª) também se destacam entre municípios com até 50 mil habitantes. Para o presidente da Austin Rating, Erivelto Rodrigues, ‘deve-se pavimentar a estrada do desenvolvimento com boa gestão pública para que haja sustentabilidade ao longo do tempo’, e não apenas durante o mandato de cada gestor.
Ele destaca ainda os desafios de uma gestão pública de sucesso em um país com dimensões continentais, com cerca de 204 milhões de habitantes distribuídos em 5.570 municípios, com infindáveis e peculiares diversidades regionais.
O atual ministro das cidades, Gilberto Kassab, ex-prefeito da maior cidade do país, São Paulo, destaca o aumento das demandas dos municípios, em diversas áreas, desde a educação básica até o atendimento de decisões judiciais, frente ao atual modelo de concentração excessiva de recursos na União (60%). Apesar de todas as dificuldades que prefeitos do Brasil inteiro enfrentam, Mato Grosso do Sul ainda aparece com algumas surpresas na lista, como Rochedo, 15ª colocada no ranking das cidades com os melhores serviço de atenção ao jovem, que analisou condições de emprego, nível de escolaridade e segurança a esta faixa etária.
Na classificação que apontou a evolução do município quanto à prestação do serviço de saúde, como número de hospitais e leitos, por exemplo, Aquidauana e Paranaíba ocuparam, respectivamente, a 31ª e 32ª posição entre as cidades de pequeno porte. No ranking do comércio exterior, Três Lagoas (14ª) e Corumbá (31ª) também ganharam destaque entre municípios de médio porte.
As duas maiores cidades do Estado de Mato Grosso do Sul, Campo Grande e Dourados, ainda foram bem avaliadas em áreas específicas como educação, saúde e responsabilidade social.
No ranking que mediu a qualidade de vida, com mostras dos avanços realizados nas condições de mortalidade infantil, fecundidade, probabilidade de sobrevivência, taxa de envelhecimento e número de famílias, a Capital ficou em 21ª entre os maiores municípios, e Dourados, a 24º entre as de médio porte.
Apenas cinco municípios, dentre eles Paraíso das Águas, na região norte do Estado, não entraram no levantamento por serem ainda muito jovens e não terem números suficientes para o comparativo.
O levantamento, segundo os responsáveis pela Editora Três, aparece como um instrumento ao alcance de cidadãos de olho em melhorias no município onde reside, bem como na busca de novas oportunidades nos locais onde cada pessoa escolhe para se estabelecer, crescer, trabalhar e viver, ou seja, nas cidades.