Com salários que junto aos benefícios podem alcançar R$ 147 mil (leia mais no box) os deputados federais da bancada de Mato Grosso do Sul juntos tiveram juntos 108 faltas abonadas pela Câmara Federal. Os números estão disponíveis no site da Câmara Federal, bem como a resolução do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMBD) que tornou mais difícil o abono de faltas. Segundo a resolução, os parlamentares que não apresentarem justificativas tem os dias descontados do salário.
Zeca do PT justificou ter problemas de saúde (Foto: Lucas Redondo/Agência Câmara)
Em Mato Grosso do Sul, o campeão de faltas abonadas no primeiro semestre de 2015 é o deputado petista Vander Loubet. Ele apresentou 41 justificativas de faltas para tratamento de saúde. O segundo mais faltoso é o colega de bancada dele, Zeca do PT que recebeu 30 dias de abono de faltas também para tratamento de saúde.
O deputado pedetista Dagoberto Nogueira apresentou 12 justificativas de faltas, também para tratamento de saúde. Já o deputado federal Carlos Marun (PMDB) recebeu o abono de nove faltas durante as sessões na Câmara Federal, sendo todas por missão oficial, uma delas de sete dias para participar da “Diáspora Libanesa Beirute – Libano”,
Dagoberto Nogueira é o terceiro mais faltoso de MS (Foto: Gilberto Nascimento/Agência Câmara)
Já o deputado Geraldo Resende com sete faltas abonadas, tirou cinco dias de licença paternidade e faltou para missão partidária e para participar de oitiva da CPI da Órteses e Próteses em Montes Claros (MG).
Também com sete abonos o deputado federal Eliseu Dionízio (PSDB) teve cinco ausências para tratamento de saúde e dois para missões oficiais da Câmara Federal e a deputada Tereza Cristina (PSB) apresentou apenas dois pedidos de abono, um para tratamento de saúde e outro para uma audiência judicial.
Deputado campeão de faltas justificou abono por problemas na coluna
Vander Loubet é o campeão de faltas em sessões (Foto: Saulo Cruz/Agência Câmara)
O petista Vander Loubet informou via assessoria que o número de faltas abonadas foi alto pois sofreu um problema de saúde “Por conta de problemas de saúde relacionados à minha coluna vertebral, fiquei afastado das atividades da Câmara por cerca de 15 dias. Nesse período tratei do meu problema com profissionais de medicina e fisioterapia em Brasília e em Campo Grande”, informou via nota.
O parlamentar, no entanto frisou que o número é elevado, pois há várias sessões no mesmo dia. “Sobre o número de faltas em sessões, acho importante esclarecer que num mesmo dia a Mesa Diretora chega a convocar e realizar até três ou quatro sessões, dependendo da votação em pauta, daí o motivo da quantidade de faltas em sessões nesse período em que fiquei afastado”, justificou.
As questões de saúde também fazem parte da justificativa do deputado federal Zeca do PT, que apontou ter passado por uma cirurgia para tratar varizes nas pernas e por isso pediu o reembolso.
Sem nenhuma falta, parlamentar defende imposição de Cunha em não abonar faltas
O deputado Luiz Henrique Mandetta (DEM) não tem nenhuma falta abonada no Congresso Nacional e elogiou a resolução do presidente da Câmara Eduardo Cunha, que agora não permite mais que as faltas sejam “deixadas de lado” sem controle.
“O mandato exige muito e faço questão de estar presente no Plenário e nas reuniões das comissões até porque faço parte da Mesa Diretora. O presidente Eduardo Cunha impôs um ritmo de trabalho muito bom ao aprimorar as regras de controle das faltas. Antes, qualquer líder partidário poderia abonar a falta de um parlamentar. Era muito mais simples e usado o abono. Hoje é preciso apresentar bilhete aéreo, atestado e outros comprovantes para justificar o abono”, explicou. De acordo com Mandetta, agora com uma maior possibilidade de desconto na folha dos parlamentares faltosos, o quórum nas votações está sempre alto. “Geralmente acima de 400 presentes”, garante.
Salários de deputados chegam a R$ 147 mil
Os deputados federais têm um salário bruto no valor de R$ 33,7 mil, além disso, os parlamentares têm direito a ajuda de custo, cotão (que é um auxílio flexível), auxílio moradia e verba de gabinete para até 25 funcionários. Salário mais benefícios podem chegar a R$ 147.659,96 por mês, fora outros benefícios sem valor estimado, que variam entre carros oficiais para quem compõem a mesa diretora (não é o caso dos deputados de MS) e impressões de materiais que chegam a 15mil folhas de A4 (sulfite normal) ou duas mil A5 que são folhas maiores ou mesmo 200 mil páginas por anos, além de folhas de ofício, pastas oficiais, blocos, cartões de visita, cartões de “cumprimentos” e cartões de visita do gabinete.
