A situação ainda é tensa nas duas áreas particulares localizadas às margens da Perimetral Norte, em Dourados, que foram invadidas durante o fim de semana por aproximadamente 65 famílias indígenas. A Polícia Militar teme que possa acontecer conflitos no local, já que os indígenas estão armados e muito agitados.
Segundo o comandante do 3º Batalhão de Polícia Militar em Dourados, tenente-coronel Carlos Silva, a situação é crítica e na tarde de ontem a guarnição que estava no local chegou a ser ameaçada.
"O clima ainda é muito tenso, os indígenas estão muito agitados e armados com foices e facões e fazendo ameaças. Na tarde de ontem (07), quando a Polícia Federal solicitou o nosso apoio, a situação era bem complicada, não conseguimos diálogo com eles e se continuar desse jeito pode ocorrer conflitos. A nossa guarnição foi ameaçada e foi necessário uma postura defensiva", comentou.
De acordo com o tenente-coronel, entre as alegações os invasores ‘gritavam’ que não deixarão o local, pois falam que a terra é dos indígenas.
Ao todo foram duas áreas invadidas no local, que são particulares. O tenente-coronel contou que os proprietários já haviam feito um registro policial sobre a invasão, e provavelmente acionariam a justiça federal já que se trata de conflitos por terra e com indígenas. Devido ao clima de ameaças uma senhora acabou deixando o local.
"Sei que os proprietários já registraram o fato na Polícia Civil, e acredito que devem acionar a Justiça Federal. Como o clima é preocupante, uma senhora deixou a casa em que mora sozinha, por temer as ameaças", disse.
MS-156
Próximo da área invadida, indígenas das aldeias Bororó e Jaguapiru voltaram a se reunir no trevo de acesso à Reserva Indígena de Dourados, na MS-156. Segundo eles, existe a possibilidade de um novo ato no local após as obras emergenciais realizadas na região para a drenagem das águas que se acumularam e alagaram casas próximas à rodovia.