16/03/2016 às 13h31min - Atualizada em 16/03/2016 às 13h31min

Fifa aciona Justiça e quer que Marin, D. Nero e Teixeira devolvam dinheiro

A Fifa acionou a Justiça dos Estados Unidos pedindo para que seja reembolsada por todos os dirigentes que teriam utilizado dinheiro irregularmente da entidade nos últimos anos. Ao todo, a Fifa quer que 41 ex-funcionários devolvam valores usados indevidamente e ainda paguem indenizações por terem "manchado" a imagem da entidade.

Ex-integrantes do Comitê Executivo da Fifa, Ricardo Teixeira e Marco Polo Del Nero e José Maria Marin estão entre os alvos da Fifa. 

A Fifa quer que os três cartolas brasileiros devolvam US$ 5,3 milhões (R$ 20 milhões). Teixeira teria utilizado indevidamente US$ 3,5 milhões de recursos da Fifa; Del Nero usou indevidamente US$ 1,67 milhão; Marin teria usado irregularmente US$ 114 mil em recursos da Fifa. 

Na condição de "instituição vitimada", a Fifa apresentou pedido de restituição ao Departamento de Justiça em Nova York, alegando ter sofrido danos de ex-funcionários e de dirigentes indiciados na investigação feita pelo Departamento de Justiça norte-americana. O governo dos EUA confiscou US$ 190 milhões em ativos dos dirigentes.

Em comunicado apresentado em seu site, nesta quarta-feira, a Fifa alega que dezenas de milhões de dólares foram desviados por ex-dirigentes, causando graves prejuízos ao futebol e associações envolvidas. A Fifa também pretende reaver os salários e gratificações concedidos aos dirigentes investigados.

"Os réus abusaram de seus cargos de confiança que tinham na Fifa e outras organizações do futebol e causaram sérios prejuízos. O dinheiro que eles embolsaram pertencia ao futebol mundial e foi feito para promoção e desenvolvimento do futebol. A Fifa quer que esse dinheiro de volta e estamos determinados a obtê-lo, não importa quanto tempo levar", destacou o presidente da Fifa, Gianni Infantino. 

Documento apresentado pela Fifa informa que Marin, Del Nero e Teixeira, entre outros dirigentes, adotavam procedimentos parecidos para faturar de maneira ilícita. Os dirigentes recebiam por fora para fechar contratos de transmissões de diversas competições esportivas nas Américas, incluindo Copas do Mundo, negócios que envolviam agências de marketing.   

A ação da Fifa nos Estados Unidos também é uma maneira de desassociar o novo comando da entidade dos escândalos financeiros promovidos por gestões anteriores, reforçando a condição de vítima.

Gianni Infantino assumiu o controle da Fifa no fim de fevereiro. Presidente da Fifa por décadas, Joseph Blatter foi afastado do futebol por envolvimento em suborno com Michel Platini, ex-presidente da Uefa.

"Esses dólares foram feitos para construir campos, não mansões e piscinas. Foram para comprar kits de futebol, não joias e carros, e para financiar competições e futebol com jovens, não patrocinar vida luxuosas de executivos e de pessoas do marketing esportivo. Quando a Fifa recuperar o dinheiro, ele será redirecionado para sua finalidade original: para o desenvolvimento do futebol", acrescentou Infantino.

Marin está detido desde maio do ano passado. Ele cumpre prisão domiciliar em Nova York. Del Nero e Teixeira estão no Brasil e são investigados pela polícia norte-americana.

Quanto que a Fifa quer que cada um devolve (em dólares)

Charles Blazer (declarou-se culpado): US$ 5.374,148

Rafael Salguero: US$ 5.134,980

Jack Warner: US$ 4.462,263

Ricardo Teixeira: US$ 3.514,025

Nicolás Leoz: US$ 3.254,886

Jeffrey Webb (declarou-se culpado): US$ 2.016,205

Marco Polo Del Nero: US$ 1,673,171

Eugenio Figueredo:  US$ 1.011,018

Luis Bedoya (declarou-se culpado): $517,843

Julio Rocha: $387,781

Juan Ángel Napout: $339,693

Alfredo Hawit: $230,479

José Maria Marin: US$ 114,507

Rafael Callejas: $68,336

Romer Osuna: $34,592

Ariel Alvarado: $33,173

Manuel Burga: $32,250

Sergio Jadue: $12,587

Eduardo Li: $10,750

Brayan Jiménez: $2,000 


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