Problema crônico, a buraqueira que toma conta das ruas de Dourados, tem gerado prejuízos financeiros e provocado acidentes. A prefeitura aponta o excesso de chuvas como causador do problema e empecilho para o tapa-buracos. E o valor de dinheiro público gasto por mês na tentativa de amenizar a situação pode chegar a R$ 350 mil.
Nessa semana fotos de um trecho da Rua Nely Todeschini, no Jardim Santa Maria, repercutiram em redes sociais. Publicadas originalmente pelo mecânico Alexandre Tiburcio, as imagens mostram que a via foi completamente tomada por buracos. Moradores do bairro colocaram galhos de árvores para sinalizar e diante do piscinão formado após as chuvas, improvisaram uma placa: “pesqueiro Santa Maria”.
VÍTIMAS DA BURAQUEIRA
Mas esse é apenas um dos tantos casos retratados em fóruns de discussões sobre a cidade no Facebook. Desde o início deste ano, surgem aos montes queixas de prejuízos financeiros e acidentes provocados pela buraqueira. No dia 12 de janeiro, Jakelline Alves, de 25 anos, relatou ter caído de moto por causa de um buraco. Nas fotos que divulgou de si mesma, era possível ver diversos ferimentos. Três dias depois, a jovem Eliane Arevalo também fez relato semelhante e mostrou as escoriações sofridas na Rua Ponta Porã.
Desde então, as queixas continuam a surgir e revelam prejuízos financeiros, como os narrados por Jonathan Merlo, cujo carro caiu numa vala na Rua W15, no Jardim Água Boa, ou por Cleyton Gabiatti, que precisou comprar um pneu novo e reparar os danos na roda de seu carro.
Ex-secretário municipal de Planejamento e atual responsável pelo serviço de tapa-buracos, Gerson Shautz reconhece que combate um problema crônico. Para ele, resolver a situação exigirá trabalho não só do atual, mas também dos próximos gestores municipais. “É um grande problema para futuros prefeitos ao longo dos 15 anos que terão que dar continuidade nesse trabalho que o Murilo [Zauith] tem feito de recapeamento”, pontua.
CHUVA ATRAPALHA
De acordo com Shautz, o gasto do poder público com maquinário, mão-de-obra e material para o tapa-buracos passa de R$ 350 mil por mês. Mas ele pondera que valor pode ser menor, como ocorreu em maio, quando choveu 171 milímetros em Dourados, índice superior à média histórica para esse período, de 107 milímetros.
“O tapa buracos em maio trabalhou 7 dias. Agora estamos trabalhando e fizemos mais de 20 de tapa-buracos desde segunda-feira”, informou ao Jornal Midiamax. Segundo o responsável pelo serviço, nesta quinta-feira (9) equipes atuam na Rua Hayel Bon Faker e na Avenida Marcelino Pires.
“Nos primeiros 15 dias vamos priorizar linhas de ônibus e de fluxo de acesso aos bairros. A princípio vou fazer as principais da cidade. Temos pontos críticos na região do Parque das Nações II e Santa Maria, e amanhã já entramos no Parque II para preparar os buracos e recapear uma rua e meia”, garantiu. No “pesqueiro Santa Maria”, o tapa-buracos deve chegar na terça ou quarta-feira da próxima semana, conforme Shautz.
SEM MATERIAL
Além da chuva, outro fator que dificulta o trabalho de recuperação da malha viária de Dourados é a falta de maquinário. Gerson Shautz explica que a administração municipal mantém uma usina para produzir a massa asfáltica, mas aluga alguns veículos e terceiriza a mão-de-obra.
Mas um equipamento, em especial, faz falta, segundo o representante da prefeitura. “Temos um rolo compressor só. A gente leva em alguns pontos críticos. Em outros lugares é com o pneu do caminhão que fazemos a compactação e nos demais são os próprios veículos que trafegam”, revela.