14/06/2016 às 09h37min - Atualizada em 14/06/2016 às 09h37min

Artigo “Muitas legendas, pouca representatividade”, por Luciano Gazola

A pluralidade de nossas legendas políticas revela uma sociedade dividida em "pormenores" e no egoísmo dos interesses pessoais. O ditado "o sol brilha para todos" norteia a ambição na política brasileira. O número de partidos que temos em nosso sistema é inacreditável.  Tem um disfarce de democracia, mas essa aparente pluralidade acaba enfraquecendo até mesmo a representatividade que se propõe defender. É sabido que os partidos “nanicos”  acabam absorvidos pelos grandes e a fatia do bolo que fica com o poder acaba defendendo interesses singulares e não plurais. Lamentavelmente o nosso sistema é cada vez menos coletivo.

No país do futebol, onde cada comunidade tem seu time, são também fundados partidos e legendas, mas não representantes. Aliás, o futebol tem muita semelhança com nossa cultura política, e não é por causa do Senador Romário. - Este pelo menos no futebol nunca fez gol contra! - Mas pela forma como se torce por um vencedor, pela paixão com que se defende o craque ou o político.  No futebol a paixão faz parte, mas na política ela cega. 

Sinceramente, desconfio que esse não é  o pior momento de nossa política. Desconfio tão somente que estejamos vendo o desnudamento de um sistema arcaico, que deu crias e mais crias e agora parece ter ficado "pelado" na frente de sua sociedade. Sociedade esta que ajudou a vesti-los de hipocrisia e ternos Armani, mas que agora tenta lhe tirar a roupa. Que fiquem nus então! 

Todo mundo já teve aqueles sonhos perturbadores onde se vê pelado na frente de dos outros ou correndo pela rua.  O mal estar de tal situação, no sonho faz acordar, mas na política seria bom que não deixássemos os pelados acordarem. O encontro com o desnudamento pode ser bom, pode ser delação premiada.

Outros sistemas políticos saudáveis mostram que não é a soma numérica das legendas que gera representatividade. Precisamos adquirir uma cultura política coletiva e não individualista, onde todos possam ser representados pelo princípio da igualdade e não pela soma das legendas.

Avante Brasil. 

Luciano Gazola, comerciante e teólogo em Fátima do Sul MS 


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