O advogado e produtor rural José Armando Amado, de 55 anos, diz que sua irmã, a dona da Fazenda Yvu, Silvana Amado Buainain, está muito abalada com os conflitos, que ocorrem deste o último fim de semana, na região de sua propriedade. O embate entre índios e fazendeiros levou a morte do índio Cloudione Rodrigues Souza, de 26 anos, que era agente de saúde, e atuava na comunidade.Segundo Armando, Silvana está abalada e optando em não se manifestar. Já ele pontua a situação e diz que tudo o que está acontecendo se deve às ações do governo federal, que por meio da Funai (Fundação nacional do Índio) publicou a portaria demarcatória.
“A portaria demarcatória da Funai é o principio do processo de validação, é para ver se é reserva indígena ou não. Ainda vai para o Ministério da Justiça, que chama todos para serem ouvidos. Para que seja conversado sobre isso, se um dia foi terra indígena ou não. Não é o fim do processo”, pondera.Ele pontua que a propriedade está na família há mais de 50 anos, é que o titulo da terra, emitido pelo próprio governo federal, deve ter cerca de 75 anos. “O titulo é mais antigo que o tempo que a família está lá. Deve ter 75 anos. É da mesma época da delimitação da reserva. Isso que acho estranho. Nunca contestaram. Por que agora mudou essa política?”, questiona.
Justiça
Apesar de discordar da situação e pontuar que a família vai entrar com ação na Justiça, diz estarem disposto a conversarem e procurar uma resolução. “Estamos disposto a conversar. A situação é complicada. As autoridades brasileiras tem que resolver a situação, não só a nossa como a de todos. Havia interesse em resolver isso (por parte do Estado), mas a União parece não querer”, critica.
Para ele, a instabilidade política em que o país passa vem complicar ainda mais a problemática. “Parece que o governo federal não se interessou. Agora mudou o governo, não sei se o momento de discutir. É um governo provisório. A instabilidade política afeta ainda mais. O presidente é interino. O senado tem que decidir logo quem é o presidente para que isso possa ser encaminhado”, afirma.
Gado e pertences
Armando ainda diz que os pertences da família e o gado continuam na propriedade. Conforme ele, não há mais ninguém no local, além dos índios, que ocupam a fazenda.