A previsão de queda no repasse do FPM (Fundo de Participação dos Municípios) no acumulado nos meses de junho e julho em relação a maio acendeu o sinal de alerta das prefeituras de Mato Grosso do Sul.
Baseada em projeções da STN (Secretaria do Tesouro Nacional), a Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul) calcula uma queda de 37% no acumulado desses meses.
A queda representa um repasse a menor de mais de R$ 34 milhões para divisão proporcional entre as 79 prefeituras do Estado, fato que preocupa ainda mais os gestores públicos diante da crise econômica do momento.
A retração da transferência constitucional nesses dois meses do ano, no entanto, deve-se a restituição do Imposto de Renda, que é um dos itens que compõem o FPM juntamente com o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).
Diante disso, o presidente em exercício da Assomasul e prefeito de Inocência, Antônio Ângelo (DEM), o Toninho da Cofapi, adverte para a contenção de gastos com cautela inclusive nos investimentos.
De acordo com comparativo divulgado pela entidade, o FPM de maio fechou em R$ 101.342.215,07 ante o repasse previsto para junho de R$ 77.000.367,51, o que já representa uma diferença negativa de R$ 24.341.848,19.
O repasse previsto para julho é de apenas R$ 66.990.319,73. Ainda segundo o comparativo, a diferença de junho para mês seguinte será menos 23%, o que representa R$ 10.010.047, 78, caso os números da STN se confirmem.
RESTRIÇÕES
A diretoria da Assomasul já havia alertado que os municípios não suportam mais nenhuma diferença a menor na receita porque já operam no vermelho há muito tempo em decorrência de uma série de fatores da política nacional.
A entidade lamenta as previsões negativas dizendo que, não bastassem as perdas com a arrecadação, os municípios enfrentam dificuldades e atrasos nos pagamentos dos convênios firmados com o governos federal para a realização de investimentos e custeio.
Por causa desse cenário econômico, muitos prefeitos estão diminuindo despesas, adotando, por exemplo, turno único, corte de horas extras e até paralisando investimentos em suas cidades, isso porque a meta agora é fechar as contas.
Outra grande preocupação dos gestores é com o período da campanha eleitoral que restringe uma série de investimentos, inclusive impedindo inauguração de obras.