05/07/2016 às 13h52min - Atualizada em 05/07/2016 às 13h52min

“Fantasmas”, psicóloga e até dono de empresa recebiam R$ 18 mil na prefeitura

Polícia Civil apurou denúncia e caso foi repassado para o MPE

- Correio do Estado

Três servidores comissionados que supostamente não compareciam no trabalho recebiam juntos até R$ 18 mil por mês da Fundação Municipal de Cultura (Fundac). A denúncia, repleta de detalhes, foi feita no ano passado ao Laboratório de Tecnologia Contra Lavagem de Dinheiro da Polícia Civil e encaminhada ao Ministério Público Estadual (MPE), que agora investiga o caso.

De acordo com a denúncia anônima feita em maio do ano passado, três servidores, entre eles uma psicóloga e até o dono de uma empresa de produção artística, foram nomeados pelo então prefeito Gilmar Olarte e compareciam esporadicamente ao trabalho. Dos três, quem recebia mais era o dono da empresa artística, que tinha salário de R$ 10 mil. As nomeações teriam ocorrido por indicação do ex-vereador Alceu Bueno, que na época tinha cargo político.

A denúncia começou a ser investigada pela Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado (Deco), mas acabou sendo repassada, em outubro do ano passado, ao Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco). O grupo, por sua vez, repassou a investigação ao promotor Fernando Martins Zaupa, da 29ª Promotoria de Justiça.

O Portal Correio do Estado teve acesso ao inquérito que revela que durante as apurações, a prefeitura foi questionada sobre as denúncias e apresentou uma série de documentos, incluindo folha de frequência, que comprovariam o cumprimento de expediente por parte dos investigados. Na época, Juliana Zorzo era diretora-presidente da Fundac. 

Em ofício encaminhado em abril deste ano pelo procurador-geral do município, Denir de Souza Nantes, ao MPE, consta que os três servidores já foram exonerados.

FANTASMAS

A psicóloga, que recebia R$ 4 mil por mês e segundo a denúncia atendia pacientes no consultório próprio no mesmo horário do expediente na Fundac, ficou na administração pública de abril de 2014 até agosto do ano passado. Ela era lotada na Assessoria Técnica.

O dono da empresa de produção artística foi comissionado entre os meses de março de 2014 e junho de 2015, ele atuava no setor da diretoria da Fundac. Uma terceira servidora, que trabalhou entre abril de 2014 e junho do ano passado, também trabalhava no setor de Assessoria Técnica.

À reportagem a assessoria de imprensa da prefeitura de Campo Grande informou que não se manifestaria sobre o caso por conta do inquérito ser fase de apuração do MP. A reportagem também tentou, sem sucesso, contato com a diretoria da Fundac. 


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