11/07/2016 às 07h30min - Atualizada em 11/07/2016 às 07h30min

Portugal supera perda de CR7 e leva Euro diante dos franceses

"Portugal Allez". Do grito mais cantado pela torcida, a alegria, o desabafo e o resumo de uma campanha com a cara do país, sofrida desde o início, mas com um final feliz. Mesmo sem Cristiano Ronaldo, fora de combate por lesão ainda no primeiro tempo, os lusos se desdobraram na resistência à invasão francesa na final da Euro no Stade de France, venceram graças a um gol de Éder, aos quatro minutos do segundo tempo da prorrogação, e conquistaram o primeiro título na história do país. A redenção 12 anos depois da derrota para a Grécia na final em casa teve um sabor especial: foi no território para onde seus migrantes mais vão nas últimas décadas. Numa casa quase portuguesa, uma festa, com certeza.

Completos para a final, a França repetiu a equipe, e Portugal começou com duas alterações no sistema defensivo: Pepe, recuperado de lesão, e William, de volta no lugar de Danilo à frente da zaga. Mas isso ficou em segundo plano com a saída precoce de Cristiano Ronaldo, aos 23 minutos. Houve um anticlímax com a falta de uma das principais atrações do espetáculo. Os anfitriões dominaram como o previsto, com mais chances de gol (7 contra 3), só que os lusos tiveram dificuldades em concatenar jogadas de ataque sem seu principal artilheiro.

Sem modificações no intervalo, a França voltou mais à frente, e Portugal se retraiu. A cada investida, os lusos se desdobravam na marcação, sem ter válvula de escape para contragolpear. Logo aos 11, Deschamps trocou Payet, sumido desde a saída de CR7, por Coman. Griezmann quase fez de cabeça aos 20, assim como Giroud teve chute cruzado espalmado por Rui Patrício, 29. Fernando Santos respondeu com as entradas de João Moutinho e Éder, na tentativa de ameaçar um pouco mais. O que conseguiu, num cruzamento de Nani que quase entrou e numa bicicleta de Quaresma, ambas defendidas por Lloris, aos 34. O goleiro luso voltou a aparecer bem numa tentativa de fora da área de Sissoko, aos 39. Gignac assustou acertando a trave depois de deixar Pepe no chão dentro da área, aos 46.

Enquanto os lusos tinham enfrentado duas prorrogações, nas oitavas e quartas, os franceses passaram pelos três jogos do mata-mata nos 90 minutos. Só que foi Portugal que voltou melhor. Pepe assustou logo aos quatro, mas estava impedido. Aos 13, foi Éder quem quase marcou de cabeça. Pelo chão, de longe, o desacreditado camisa 9 acertou um chute que entrou, na rede e para a história do futebol mundial. Até o fim, foi só manter a resistência às últimas investidas até a volta de CR7 a campo, correndo para comemorar diante de incrédulos donos da casa.

As duas seleções voltam a campo no dia 6 de setembro, pela primeira rodada das eliminatórias europeias para a Copa do Mundo de 2018, na Rússia. A França sai de casa para enfrentar a Biellorrússia, pelo Grupo A, com Bulgária, Luxemburgo, Suécia e Holanda na mesma chave. Portugal também viaja, para jogar contra a Suíça. Os lusos ainda têm Andorra, Letônia, Ilhas Faroe e um reencontro com a Hungria pela frente, com quem empatou por 3 a 3 na Euro.

O jogo durou 23 minutos para Cristiano Ronaldo. Mal tinha tocado na bola quando, aos sete, levou de Payet uma pancada no joelho esquerdo, no meio de campo. Caiu, gritou e o árbitro ignorou. Nem falta deu. Recebeu atendimento, voltou dobrando o joelho para testá-lo, e continuou mancando. Aos 16, sentou no gramado chorando. Saiu, colocou uma atadura, segurou no pique, não subiu para disputar pelo alto na área e não aguentou mais. Aos 23, jogou a braçadeira no chão, desabou e foi levado de maca para fora do palco onde pretendia brilhar. Uma pena para o espetáculo. 

Artilheiro da Eurocopa com seis gols, Griezmann teve duas chances para aumentar a conta no Stade de France. No primeiro tempo, entrou na área pela esquerda e deu um chute cruzado que chegou a balançar a rede, só que pelo lado de fora. No segundo, deu uma cabeçada que só não entrou porque a bola fez uma curva para cima que acabou a tirando da meta e levando a raspar o travessão. Terminou à frente de Cristiano Ronaldo, prata, e Giroud, bronze na disputa direta, só que sem a taça.

Renato Sanches sentiu a final. Em 15 minutos, deixou três bolas escaparem ao domínio. Indício de que não estava num bom dia. Foi substituído aos 33 minutos do segundo tempo justamente pelo herói do dia: Éder. Campeão aos 18 anos, levou o prêmio de melhor jogador jovem da Euro.


Link
Notícias Relacionadas »