14/03/2017 às 16h13min - Atualizada em 14/03/2017 às 16h13min

Após deixar fazenda, Sem-Terra ocupa margens da BR-463 em Dourados

Os integrantes do MSTB (Movimento Sem-Terra Brasileiro) que desocupam a Fazenda São Marcos

Na semana passada, grupo protestou por agilidade na reforma agrária - Foto: Arquivo/ Dourados News

Os integrantes do MSTB (Movimento Sem-Terra Brasileiro) que desocupam a Fazenda São Marcos, de propriedade do pecuarista José Carlos Bumlai nesta terça-feira (14), já encontram-se às margens da BR-463. De acordo com Vanildo Elias de Oliveira, líder do MSTB, até o final do dia as 250 famílias em média estarão instaladas em barracos na beira da rodovia.

"Conversamos com os oficiais de justiça e conseguimos estender o prazo até final da tarde para que todos pudessem se retirar e os barracos já estão sendo montados beira da via", citou.

O prazo inicial dado aos Sem-terra conforme mostrado pelo Dourados News era até às 12h.

O líder afirmou que os integrantes do movimento se sentem indignados com a ordem de retirada do local, o qual ocupavam desde 2015. Ele afirma que a determinação não é aceita pelo fato de retornar o direito da propriedade a alguém ligado a corrupção.

"Entendemos que está sendo cumprido o direito de propriedade, não entendemos como que a justiça tem coragem de dar reintegração de posse a um bandido, ligado a esquemas e que é um paradigma de imoralidade", destacou.

O pecuarista está preso por crimes como gestão fraudulenta e corrupção passiva. Ele foi condenado na Operação Lava Jato.

Ele realiza críticas ainda a "falta de voz" dos pobres no país. "Somos no Brasil, 85% de pobres, 10% de miseráveis, 5% de ricos, e este último domina o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, por isso não temos vez", diz.

Na semana passada, líderes do movimento invadiram a usina São Fernando, também de propriedade de Bumlai, com a reivindicação ao governo federal por agilidade no processo da reforma agrária e ao mesmo tempo, a desapropriação da fazenda. Eles deixaram o local após ordem judicial.

Questionado sobre novas ações por parte do grupo, Vanildo afirma que a classe aguarda uma reunião de líderes do movimento com representantes do Governo Federal no dia 26 próximo, para tratar de assuntos relacionados a reforma agrária e a partir daí, isso será estruturado.


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