A um passo de ocupar uma das cadeiras das cadeiras do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul (TCE/MS), o ex-artilheiro de Campeonato Nacional de Futsal e que chegou a ser convocado para a Seleção Brasileira de Futebol de Futsal em 1987, o deputado estadual Flavio Kayatt (PSDB), diz que preenche os requisitos exigidos por lei para assumir e afirma estar preparado ”para dar minha colaboração ao TCE”. Para ocupar o cargo, a lei determina que o indicado, entre outras exigências, tenha idoneidade moral e reputação ilibada, notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de administração pública. Ele já foi vereador, vice-prefeito e prefeito de Ponta Porã, sua terra natal, por dois mandatos, além de parlamentar.
Na próxima sexta-feira (24), aquela Corte fiscal completa 37 anos. Os sete assentos da Corte Fiscal estão ocupados por três ex-políticos e quatro profissionais advindos da área técnica. Eles são de bacharéis e graduado em Direito, ciências contábeis, a jornalista e pedagoga. A Mesa Diretora administra um duodécimo correspondente a 2,20% da receita líquida que compõe o Orçamento 2017 estimado em R$ 13 bilhões e 991 milhões.
Deputado Kayatt conversa com o presidente da Casa e da Mesa Júnior Mochi
Sem temor
Flávio afirma também estar tranquilo com relação à escolha de seu nome para aquele tribunal. ”O governador (Reinaldo Azambuja) já me convidou oficialmente e eu aceitei. Foi uma honra ter recebido esse convite”, disse ele ao ZeroUmInforma sem se importar com comentários pelos corredores da Casa que existem outros postulantes ao cargo. ”Se estão falando isso não tenho conhecimento”, frisa. Vai mais além: assegura que entre os demais 23 colegas de Parlamento não vê objeções à sua indicação e nomeação para aquela Corte pelo governador o que deve ocorrer, ele acredita, ainda neste primeiro semestre.
Flávio Kayatt troca ideias com o deputado Coronel David (Foto: Chileno)
O parlamentar , hoje com 56 anos, não é um neófito na arena política. Afinal, antes mesmo de ingressar nas lides partidárias, já sabia driblar as adversidades. Como em 1986 foi artilheiro do Campeonato de Futebol de Salão e, no ano seguinte, convocado para integrar a Seleção Brasileira de Futsal, sabe ser estrategista em campo. Seja ele, qual for. Na Assembleia Legislativa é um dos integrantes da base aliada do governador e tem presença marcante em plenário nas discussões dos projetos.
Há de se ressaltar, porém, que o os meandros do poder escondem alguns perigos.Na Assembleia Legislativa, um fato recente envolveu o então deputado Antonio Carlos Arroyo que chegou a ser nomeado para vaga no TCE com aposentadoria (antecipada) de um dos conselheiros. O presidente Waldir Neves entrou em cena e fez com que fosse feita a ”desaposentadoria”, apelando para a legislação. Resultado: Arroyo não levou o que desejava. Não é o caso, imagina-se, com Kayatt.
Trajetória política
Aos 32 anos, Kayatt entrou na política, sendo eleito vereador em Ponta Porã. Nos anos de 1995 e 1996 foi presidente da Câmara de Vereadores da cidade. Em 1996, eleito vice-prefeito cargo que ocupou até 1998 quando se elegeu a deputado estadual. Em 2002 se reelegeu deputado estadual, sendo o sexto mais votado e o primeiro mais votado em seu partido.
No ano de 2004 concorreu à prefeitura de Ponta Porã e foi eleito, renunciando ao mandato na Assembleia Legislativa. Em 2008 foi reeleito prefeito por mais quatro anos. Após cumprir 20 anos de mandato ficou dois anos afastado da política para cuidar da saúde (como sequelas de acidente automobilístico, é cadeirante). Em 2014 se candidatou a deputado estadual, sendo eleito. Ele integra a base do governador Reinaldo Azambuja.
Caso vá para o TCE/MS, na vaga a ser aberta com aposentadoria da conselheira Marisa Serrano (pedagoga, ex-vereador, ex-vice prefeita de Campo Grande, ex-deputada federal e ex-senadora), Flavio Kayatt (administrador de empresas) somaria no time dos ex-políticos. Seriam ele, o presidente Waldir Neves ( bacharel em direito e em história, ex-vereador, ex-deputado estadual e ex-deputado federal) e Jerson Domingos (cinco vezes deputado estadual e quatro vezes presidente da Assembleia Legislativa), provenientes da classe política.
Os demais conselheiros, oriundo da área técnica, são o vice-presidente Ronaldo Chadid (graduado em direito), Iran Coelho das Neves (bacharel em ciências contábeis), José Cabral (bacharel em comunicação social/habilitação em jornalismo e bacharel em direito), Osmar Domingues Jerônymo (bacharel em ciências econômicas).
