27/03/2017 às 10h45min - Atualizada em 27/03/2017 às 10h45min

Mais dois frigoríficos alvos da Carne Fraca são interditados

Dos 21 frigoríficos investigados, cinco foram interditados

O Ministério da Agricultura informou nesta segunda-feira (27) que determinou a interdição de mais dois frigoríficos alvos da Operação Carne Fraca. Dos 21 frigoríficos investigados, cinco foram interditados. O número pode crescer, já que as auditorias só deverão ser concluídas em duas semanas.

De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, além das três plantas fechadas após a operação, duas da Peccin (no Paraná e em Santa Catarina) e uma da BRF em Mineiros (GO), os fiscais interditaram unidades da Souza Ramos e da Transmeat, no Paraná, onde foram detectados problemas na matéria-prima e no produto final. Os produtos dessas unidades da Souza Ramos, Transmeat e Peccin são objeto de recall anunciado pela Secretaria do Consumidor do Ministério da Justiça na sexta-feira (24). A unidade da BRF produz para o mercado externo.

A prioridade do governo passou a ser o desbloqueio das exportações para Hong Kong, o segundo maior mercado para carnes e derivados do País, com compras de US$ 1,5 bilhão em 2016. O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, acredita que as vendas serão reabertas em breve.

Hong Kong é um entreposto comercial e muito de suas importações têm como destino a China. Como esta reabriu seu mercado no sábado, a avaliação é que Hong Kong fará o mesmo. Inclusive porque os empresários locais que operam as vendas para a China começarão a pressionar pela retomada das compras do produto brasileiro.

Amanhã (28), Maggi deverá reunir-se com o comissário europeu para Saúde e Segurança Alimentar, Vytenis Andriukaitis. A União Europeia suspendeu as compras de carne e derivados apenas das 21 plantas sob investigação. As exportações dessas unidades estão suspensas por decisão do governo brasileiro.

Nesta segunda-feira, Maggi também se reúne com os 27 superintendentes do Ministério nos Estados. A operação mostrou que o esquema de corrupção para manter funcionando frigoríficos que não atendiam exigências sanitárias passava pelos superintendentes. Maggi quer saber de cada um se há disputas políticas que estejam prejudicando o funcionamento da fiscalização. Paraná e Goiás, onde o esquema investigado pela PF operava, ficarão sob intervenção. Pelo menos 19 superintendentes são indicações políticas. Decreto assinado pela ex-presidente Dilma Rousseff estabelece cronograma para que esses cargos passem a ser ocupados por fiscais de carreira.


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