24/04/2017 às 15h30min - Atualizada em 24/04/2017 às 15h30min

PMA multa JBS em R$ 1 milhão por acidente que intoxicou 80 trabalhadores

Empresa também é alvo de inquérito civil do MPT-MS

foto: Luiz Alberto

Alvo de inquérito civil do MPT-MS (Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso do Sul), a JBS Foods foi multada em R$ 1 milhão pela Polícia Militar Ambiental (PMA) após o vazamento de amônia que encaminhou cerca de 80 trabalhadores para o atendimento médico no último dia 6.

O vazamento ocorreu na Unidade 2 da JBS, em Campo Grande. Conforme explicou a assessoria de imprensa da PMA, a empresa foi notificada a sanar o vazamento da amônia e recolher e apresentar o plano de tratamento da água residual utilizada na contensão do gás de amônia (NH3) e a apresentar junto ao 15º Batalhão de Polícia Militar Ambiental, no prazo de 24 horas. No mesmo prazo, deveria apresentar, relatório de controle de emissões atmosféricas e de todas as medidas de contingenciamento contra danos ambientais e à saúde dos funcionários.

“A empresa pediu dilação do prazo para cumprimento da notificação, explicando a necessidade técnica de um tempo maior, sendo o prazo concedido. Hoje (24) os policiais estiveram no frigorífico e verificaram que a empresa tomou as medidas adequadas no controle dos contaminantes, atendendo a notificação”, complementou a PMA.

Ainda assim, com base na legislação ambiental - Decreto Federal nº 6.514/2008 – a JBS foi multada, já que a Polícia entendeu que “mesmo tendo sido tomadas as medidas corretivas ao ambiente no local, houve danos à saúde humana, tanto que as pessoas foram atendidas em hospitais”.

Entenda

O vazamento de amônia da Unidade II de Campo Grande, uma das maiores do Estado, ocorreu no início da tarde da quinta-feira (6), e ocorreu, ironicamente, no mês em que o MPT-MS (Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso do Sul) promove uma campanha pelas vítimas de acidentes de trabalho.

O vazamento ocorreu no setor de máquinas, uma tubulação de um registro teria se rompido por voltas das 13h. O local fica próximo a um alojamento de trabalhadores, de acordo com o delegado Cleverson Alves dos Santos, que acompanhou o trabalho da perícia da polícia civil. A unidade emprega cerca de 1200 trabalhadores, uma média de 80 necessitou de atendimento médico.

Rapidamente, por conta da ventilação no local, o gás se espalhou e os alarme foi soado. Assustados, os trabalhadores deixaram a fábrica em meio à desmaios e pessoas vomitando. Sem saber o que fazer, eles foram parar na BR-060, na saída para Sidrolândia, onde foram direcionados para o Socorro por equipes da segurança no trabalho.

O MPT (Ministério Público do Trabalho) abriu inquérito para investigar o vazamento. Esse inquérito é o segundo do MPT sobre vazamento de amônia só este ano. Em fevereiro foi aberto um procedimento depois de problema semelhante na unidade do Marfrig em Bataguassu, quando 21 trabalhadores passaram mal.


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