06/07/2017 às 07h33min - Atualizada em 06/07/2017 às 07h33min

Médicos do HU/UFMS fraudaram certidão de óbito, diz MPF

O Ministério Público Federal (MPF), com base em interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça durante a Operação Sangue Frio, denunciou quatro médicos por omitirem, em documentos oficiais, procedimentos executados no curso de cirurgia cardíaca que resultou na morte de uma paciente. O óbito aconteceu no Hospital Universitário da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (HU/UFMS), em Campo Grande, no ano de 2012 e foi declarada como "causa diversa", apesar do real motivo ter sido "perfuração no ventrículo esquerdo".

Identificados como João e José, os médicos foram gravados combinando a omissão do erro e a alteração dos documentos oficiais do hospital para se esquivarem de eventual responsabilidade. Guilherme e Augusto, que também atuaram como cirurgiões no procedimento médico, assinaram, junto com os demais, a omissão da ocorrência, sonegada tanto no atestado de óbito, quanto no Relatório Geral de Operação do HU/UFMS.

João e José, além de fraudarem registros oficiais, ainda utilizaram outro documento falso para se defender. Eles foram investigados pelo Conselho Regional de Medicina de MS e, nos autos de sindicância, apresentaram laudo médico fraudulento para embasar suas defesas.

Os quatro médicos foram denunciados pelo MPF por falsidade ideológica. João e José Carlos também responderão por uso de documento falso. As penas podem chegar a 12 anos de reclusão e multa, por se tratar de documento público e os médicos serem servidores do HU. Na Justiça, o MPF ainda pede a condenação dos acusados por dano material e moral coletivo.

Sangue Frio - A Operação Sangue Frio apurou diversas irregularidades ocorridas na Fundação Carmem Prudente de Mato Grosso do Sul (Hospital do Câncer), como: contratação de empresas prestadoras de serviço de propriedade dos diretores ou vinculados à família de Adalberto Siufi; contratação de familiares para ocupar funções responsáveis pelas finanças da fundação e para ocupar altos cargos; cobrança do Sistema Único de Saúde de procedimentos de alto custo após o óbito dos pacientes; e acordo com farmácia com indício de superfaturamento.


Link
Notícias Relacionadas »