28/07/2017 às 16h01min - Atualizada em 28/07/2017 às 16h01min

PF apreendeu fortuna em vinhos e carros de organização criminosa que agia em MS

Operação é fruto de investigação que começou em 2012

Somente em vinhos, importados e nacionais, foram cerca de R$ 700 mil, além de carros de luxos e até um aparelho de TV avaliado em R$ 89 mil, apreendidos na 2ª fase da Operação Labirinto de Creta, deflagrada na manhã desta sexta-feira (14) nas cidades de Campo Grande, Terenos e São Paulo.

Segundo as investigações, o esquema consistia na divisão das empresas frigoríficas em grupos, para ocultar o patrimônio dos proprietários. Somente um desses grupos era composto por quatro empresas que detinham o patrimônio, que depois foram diluídas em 10 empresas, que iam se sucedendo à medida que as dívidas fiscais, trabalhistas e previdenciária iam aumentando. A fraude pode ter causado um prejuízo de R$ 350 milhões.

“Eles iam desviando operações e largando empresas podres sem patrimônio, onde os sócios formavam um labirinto com uso de nomes de familiares e laranjas. Haviam sucessões no papel, mas na prática fazem parte da mesma (empresa)”, explicou o delegado-adjunto da Receita Federal, Henry Tamashiro.

As empresas regulares emprestavam contratos para outras, que quando não pagam tributos fechavam e davam origem ao registro de novas pessoas jurídicas.

As investigações começaram em 2012, sendo que a 1ª fase foi deflagrada em 2014. A operação de hoje aconteceu depois que os federais identificaram a blindagem do patrimônio, na tentativa de desvinculá-los das empresas da organização.

O delegado regional do departamento de combate ao crime organizado, Cleo Mazzotti, pontuou que apenas de um núcleo familiar seriam 10 pessoas envolvidas nos crimes investigados.

Apesar de não identificar os alvos da operação, sob argumento de que é preciso manter sigilo para reunir provas suficientes para embasar a investigação e participação de cada um dos investigados nos crimes apurados, o advogado Thiago Moreira, que defende o empresário José Carlos Lopes, o Zeca Lopes, confirmou que o cliente foi um dos alvos da PF.

Segundo o advogado, ele esteve na superintendência regional da PF, para acompanhar a investigação e tentar obter o auto de apreensão de valores, objetos e documentos, expedida pelo juiz Odilon de Oliveira.

Os investigados podem responder pelos crimes de ordem tributária, falsidade ideológica, estelionato qualificado, sonegação de contribuição previdenciária, lavagem de dinheiro, e organização criminosa, se condenados podem pegar até 38 anos de prisão.

Participam da operação aproximadamente 100 Policiais Federais, 18 Auditores Fiscais e 14 Analistas da Receita Federal, que foi batizada de Labirento de Creta, baseada na Mitologia Grega, fazendo referência a um labirinto que existia na cidade de Creta, com vários percursos intrincados, construídos com a intenção de desorientar quem os percorria e que abrigava o lendário Minotauro.


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