O dólar fechou em alta nesta quinta-feira (5), no maior patamar em mais de dois anos, com o foco na cena externa em dia de divulgação da ata do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, pela qual foi reforçada a percepção de mais elevações nos juros neste ano, destaca a Reuters.
A moeda norte-americana subiu 0,5%, vendida a R$ 3,932, no maior valor desde março de 2016. Já o dólar turismo era vendido perto de R$ 4,09, sem considerar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
A ata do Fed reforçou a ideia de que o Fed está preocupado com a evolução do cenário macroeconômico e com os eventuais impactos das tensões comerciais no mundo à economia local
O mercado monitora pistas sobre o rumo dos juros nos Estados Unidos porque, com taxas mais altas, o país se tornaria mais atraente para investimentos aplicados atualmente em outros mercados, como o Brasil, motivando assim uma tendência de alta do dólar em relação ao real.
"O Fed colocou que os riscos se intensificaram para a economia dos EUA mas, em princípio, continuará subindo os juros", afirmou à Reuters o diretor da consultoria Wagner Investimentos, José Faria Júnior.
Na reunião em que foi decidida a elevação dos juros nos EUA, os membros do Fed discutiram se há uma recessão próxima. Também expressaram preocupações de que as tensões no comércio global possam atingir a economia norte-americana, que, pela maioria dos indicadores, parecia forte.
De modo geral, a expectativa é de que os juros sejam elevados mais duas vezes neste ano.
Ainda no exterior, os mercados também estavam atentos à guerra comercial e ao prazo de sexta-feira em que os Estados Unidos devem adotar taxas sobre produtos chineses, o que pode gerar retaliações da China como resposta.
O Banco Central brasileiro ofertou e vendeu integralmente 14 mil swaps tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, para rolagem dos contratos que vencem em agosto, no total de US$ 14,023 bilhões.
Com isso, rolou o equivalente a US$ 2,8 bilhões do total que vence no próximo mês. Como tem feito recentemente, o BC não anunciou intervenção extraordinária no mercado de câmbio para este pregão, mas, ainda segundo a Reuters, já havia especulações de que pode voltar a qualquer momento devido à alta cotação da moeda norte-americana.