05/12/2018 às 19h07min - Atualizada em 05/12/2018 às 19h07min

Cifra Negra: Operação cumpre 10 mandados de prisão contra vereadores em Dourados

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Viatura da Polícia Civil deixa prédio da Câmara Municipal de Dourados. (Foto: Helio de Freitas).
Deflagrada na tarde desta quarta-feira (5) em Dourados, cidade distante 225 quilômetros de Campo Grande, a Operação Cifra Negra busca cumprir 10 mandados de prisão e um de busca e apreensão. Entre os presos estão três vereadores e um ex-vereador.

A operação é coordenada pela 16ª Promotoria de Justiça de Dourados e a 2ª Delegacia da Polícia Civil da cidade. Um dos alvos da ação foi a Câmara Municipal da cidade. Acompanharam o cumprimento dos mandados o promotor Ricardo Rotunno e o delegado Francis Flávio Tadano Freire.

De acordo com o Dourados News, foram presos os vereadores Idenor Machado (PSDB), Cirilo Ramão (MDB) e Pedro Pepa (DEM), o ex-vereador Dirceu Longhi e o ex-funcionário da Câmara Hamilton Salinas.

Segundo o MP-MS (Ministério Público Estadual), a operação é desdobramento das ações Telhado de Vidro e Argonautas e investiga crimes do “colarinho branco”, entre eles fraude à licitação e corrupção na Câmara da cidade há pelo menos oito anos.

As investigações indicaram que várias licitações tinham “carta marcada” de empresas que agiam juntas. Algumas delas, inclusive, se quer existiam de fato. “Sem a devida concorrência, os valores dos contratos oriundos destes processos se faziam exorbitantes”, afirma o MP.

As empresas que participavam do esquema repassam propina mensalmente para servidores públicos, entre eles vereadores que presidiam a Casa de Leis.

O juiz Luiz Alberto de Moura Filho, da 1ª Vara Criminal de Dourados, expediu 10 mandados de prisão e um de busca e apreensão. Os nomes de todos os alvos ainda não foram divulgados.

Operação recente

Há pouco mais de um mês, no fim de outubro, Dourados foi palco de operação desencadeada pelo Gaeco. Na época, secretário de Fazenda da cidade, Joao Fava Neto, e a vereadores Denize Portolann (PR) foram presos, além de empresário e diretor de licitações. Todos seguem detidos em Campo Grande.

Segundo a denúncia do MP, licitações seriam canceladas, sem qualquer justificativa plausível, para que contratações emergenciais fossem efetivadas e as empresas vencedoras, narra a promotoria, “escolhidas a dedo” pelo grupo.O suposto conluio, materializado pela adulteração de planilhas e orçamentos, seria para beneficiar a empresa Douraser, de responsabilidade de Messias José da Silva, um dos presos.

Os documentos relativos aos procedimentos em andamento, ainda conforme a denúncia, seriam adulterados para maquiar a fraude. Por isso, eles são acusados não somente de fraudar licitações como dispensá-las indevidamente, falsificar documentos, além de cometer advocacia administrativa, crime que consiste em patrocinar, direta ou indiretamente, interesses privados, valendo-se da qualidade de funcionário público.


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