Um cenário de pós-guerra, com carros queimados no pátio de uma loja e nas ruas e casas destruídas por explosivos. Essa é a imagem deixada pelo ataque na madrugada de ontem (19) à pequena cidade paraguaia de Ypejhú, vizinha de Paranhos, a 469 km de Campo Grande.
“Parece o Afeganistão”, afirmou ao Campo Grande News um policial brasileiro que cruzou a fronteira na tarde de ontem e percorreu os locais atacados a tiros, granadas e explosivos.
Três casas e uma loja de revenda de veículos foram destruídas. Todas pertencem a Zacarias Alderete Peralta, chefe local do tráfico e até então considerado o único “patrão” da droga naquela parte da fronteira após a execução de seu inimigo, Carlos Gregol, o Tatá, executado a tiros aos 40 anos de idade em Amambai, no dia 5 do mês passado.
Imagens de um vídeo obtido pelo Campo Grande News mostram uma mansão da família de Zacarias totalmente destruída. A área de churrasqueira, parte da cobertura e outras peças da residência de alto padrão vieram abaixo.
Segundo policial brasileiro, que pediu para não ter o nome divulgado, por não ter jurisdição no local do ataque – foi em território paraguaio – pelo menos 20 carros foram queimados. A maioria estava na Tatto Veículos, loja da família Zacarias, e outros nas casas queimadas.
Carros roubados – Os cinco veículos usados pelos 30 pistoleiros, que promoveram o ataque foram encontrados ontem mesmo. Todos eram roubados.
Uma Ford Ranger foi queimada e abandonada no meio da pista da MS-295, que liga Paranhos à MS-156. Uma Dodge Ram e uma Toyota SW4 foram queimadas na MS-165, uma estrada de terra conhecida como Linha Internacional e que separa os dois países.
No lado paraguaio foram encontrados os outros dois veículos, um Cadilac e uma Land Rover Discovery, também roubados. A Land Rouver foi queimada e o Cadilac abandonado intacto.
Familiares – A filha de Zacarias, Rosana Antonia Alderete Peralta, a nora Aline Veron Bittencourt e o neto, de seis meses de vida, estavam em uma das casas quando os bandidos chegaram.