28/04/2020 às 07h39min - Atualizada em 28/04/2020 às 07h39min

Após receber R$ 100 mil para afastar 'espíritos malignos' de cliente, cartomante é detida

Empresária, moradora do Lago Sul, foi responsável pela denúncia. Mulher prestou depoimento, devolveu joias e foi liberada.

Uma cartomante foi detida na última sexta-feira (27), na Asa Sul, em Brasília, após receber R$ 100 mil em joias, com a promessa de afastar "espíritos malignos". A denúncia foi feita por uma cliente, uma empresária de 47 anos, moradora do Lago Sul, na capital.

De acordo com a Polícia Civil, depois de perceber o golpe, a vítima procurou a delegacia. Ao G1, o delegado João Ataliba, da 1ª DP, afirmou que a suspeita ainda tentou se justificar.

""Ela falou que a vítima entregou os bens porque queria. As joias que ela deu são avaliadas em R$ 100 mil.

Após prestar depoimento, a cartomante devolveu as joias para a vítima e foi liberada. A empresária decidiu não dar prosseguimento com a denúncia, segundo com o delegado.

Delegado João de Ataliba, chefe da 1ª Delegacia de Polícia do DF — Foto: Marília Marques/G1

Delegado João de Ataliba, chefe da 1ª Delegacia de Polícia do DF — Foto: Marília Marques/G1

Delegado João de Ataliba, chefe da 1ª Delegacia de Polícia do DF — Foto: Marília Marques/G1

'Cartomante, Quiromante, Búzios e Tarô

De acordo com as investigações, na última semana, a suspeita ligou para a empresaria e se apresentou como astróloga. Nas redes sociais, a mulher se dizia "cartomante, quiromante, leitora de búzios e Tarô".

A mulher afirmou ter conhecimento de fatos da vida da empresária e do pai dela. Conforme a polícia, a golpista insistiu para que a vítima fosse sozinha até dela.

No dia 18 de abril, a empresária foi até a casa da mulher que, segundo o combinado, faria uma oração e não cobraria nada. No entanto, ao final da sessão, ela disse à vítima que precisaria fazer um trabalho espiritual.

Para realizar o trabalho, ela e cobrou a quantia de R$ 820. "Supostamente, o dinheiro seria para comprar o material necessário na execução do serviço", disse a polícia.

 

72 entidades

Fachada da 1ª Delegacia de Polícia, no Distrito Federal, em imagem de arquivo — Foto: Raquel Morais/G1

Fachada da 1ª Delegacia de Polícia, no Distrito Federal, em imagem de arquivo — Foto: Raquel Morais/G1

Fachada da 1ª Delegacia de Polícia, no Distrito Federal, em imagem de arquivo — Foto: Raquel Morais/G1

Quatro dias depois, a empresária voltou até a casa da vidente e ouviu que alguém tinha feito um "trabalho" que estava prejudicando a vida dela. Para desfazê-lo, a mulher disse que a vítima teria que pagar a quantia de R$ 820 multiplicada por 72 vezes, pois havia 72 entidades atuando contra a ela.

De acordo com o delegado João Ataliba, para pressionar a vítima, a golpista exigiu que o pagamento fosse imediato. Assustada, a empresária entregou nove pulseiras de ouro e brilhantes que estava usando.

 

"Não satisfeita, a cartomante ainda exigiu outras joias. A vítima foi até sua casa para pegá-las e, em seguida, as entregou para a suposta vidente."

 

Ao perceber que havia caído em um golpe, a empresária telefonou para a suspeita e pediu que ela lhe devolvesse as joias. Em resposta, ouviu que apenas estava com parte delas e que, para devolvê-las, a vítima teria que lhe pagar R$ 45,9 mil.

A empresária contou para a família e procurou a 1ª Delegacia de Polícia.


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