24/02/2021 às 06h59min - Atualizada em 24/02/2021 às 06h59min

Governo Estadual muda secretarias e prepara terreno para 2022

INFRAESTRUTURA. Reinaldo Azambuja apresenta secretariado; à direita, Eduardo Riedel, novo secretário, e Pedro Caravina, secretário-adjunto - Bruno Henrique/Correio do Estado

O governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), abriu ontem a metade de seu segundo mandato com mudanças que têm o objetivo de aproximar mais a gestão estadual da população, além de preparar terreno tucano para as eleições de 2022.

A transferência de Eduardo Riedel da Secretaria de Governo e Gestão Estratégica (Segov) para a Secretaria de Infraestrutura (Seinfra) foi confirmada. Apontado como candidato a governador do Estado nas eleições de 2022, Riedel vai assumir o programa Governo Presente, pacote que pode chegar a R$ 4,5 bilhões em obras de infraestrutura.

O seu secretário-adjunto será Pedro Caravina (PSDB), ex-prefeito de Bataguassu e ex-presidente da Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul (Assomasul). 

Outro sinal de aproximação do dito “supersecretário” do governo estadual com os prefeitos dos 79 municípios, já que Caravina exerceu essa articulação com os chefes dos Executivos estaduais nos últimos quatro anos à frente da associação.

Azambuja e Riedel negam qualquer relação entre as mudanças e as eleições de 2022. De qualquer forma, programas para a conclusão de obras e para atender famílias carentes normalmente são bem recebidos pela população.

Segundo o governador, em todos os Executivos existe a necessidade de mudanças, pois esse movimento tem como principal objetivo oxigenar as pastas e aumentar a eficiência de entrega para os contribuintes.

“O Eduardo vai para a Seinfra porque precisamos dar uma dinâmica maior nas entregas que queremos fazer para a população de Mato Grosso do Sul. Nós recuperamos a capacidade de investir, empregar e chegar mais próximo das pessoas, e essa é a função da Infraestrutura. 

O Eduardo e o Caravina vão dar mais dinâmica pela excelência administrativa e pela sintonia de trabalho”, explicou Azambuja.

TRABALHO

Riedel também afirmou que não pensa em eleições, já que seu nome ainda não foi definido como possível candidato tucano para ocupar a vaga deixada por Azambuja. 

Ainda segundo ele, hoje seu foco está principalmente em resolver problemas estruturais ocasionados pelas chuvas deste início do ano, que chegaram a obrigar diversas cidades do interior a decretar estado de emergência.  

“Agora nosso foco é dedicação total para resolver esses problemas, principalmente quedas de pontes e asfalto das rodovias. Começamos agora um período de colheita de safra, porém, nós já temos as empresas licitadas para atuar em cima da recuperação dessas áreas".

"Portanto, reafirmo que vamos dar prioridade total nisso, pois não podemos perder tempo para restabelecer nossa estrutura para esse período importante economicamente do nosso Estado”, projetou o titular da Seinfra.

PODEMOS

No lugar de Riedel, na Segov assume o presidente do Podemos e empresário da construção civil Sérgio Murilo. 

Esse arranjo também pode ser uma forma de obter um forte aliado no pleito de 2022, já que o Podemos é um partido que vem se fortalecendo nos últimos anos no Estado. Nas últimas eleições, por exemplo, a sigla passou a ter prefeitos à frente de duas cidades, antes não havia nenhuma sob seu comando.

Segundo o chefe do Executivo, a escolha por Murilo foi técnica e não teve um foco eleitoral. 

“Assim como na mudança do Riedel, o convite ao Murilo não tem a ver com 2022. Ou seja, eu sempre pautei o governo para fazer gestão, pois ela dinamiza a política e, consequentemente, colhemos os louros do resultado".

"Portanto, a administração pública tem de ser mutante, pois hoje somos o Estado que mais entrega em relação à renda per capita, e com essa dinâmica seremos o ente federativo que ainda continuará tendo destaque”, projetou o governador.

Em consonância com a fala de Azambuja, Murilo afirmou que sempre trabalhou com gestão de pessoas. Como empresário, ele diz ter facilidade com grandes quadros de trabalhadores, como a Segov, por exemplo, que aglutina uma gama de autarquias estaduais. 

“Esse link partidário não existe no governo Azambuja, bem como estou aqui para contribuir. Sou amigo de longa data do governador há mais de 30 anos, pois fomos colegas no Ensino Médio no Colégio Dom Bosco".

"Seguimos caminhos diferentes, ele partiu para a política e eu fui para o empresariado. Porém, sempre tivemos uma boa relação, e, todas as vezes que precisava reivindicar algo para o nosso setor econômico, ele sempre foi bem solícito”, afirmou Murilo.

SOCIAL

Já a prioridade do secretário, entre outras atribuições, será a de criar um novo programa social de transferência de renda, uma espécie de auxílio emergencial – como o federal –, porém, com recurso estadual. 

Segundo Azambuja, a ideia do projeto de lei é ajudar famílias carentes do Estado que tiveram suas fontes de renda ainda mais prejudicadas por conta da pandemia do coronavírus (Covid-19).

Apesar de não dar detalhes de como será essa ajuda e de onde a verba sairá, Azambuja adiantou ontem que a lei que poderá viabilizar o auxílio estadual será elaborada em breve e encaminhada para apreciação da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems).

“Temos um grande compromisso com os mais carentes do nosso Estado. Portanto, lançaremos um projeto que garanta segurança alimentar – não posso dar mais detalhes pois ele ainda está sendo elaborado. Em breve encaminharemos toda a legislação para a Assembleia e poderemos falar mais sobre ele”, revelou Azambuja.

Complementando a fala do governador de MS, o novo titular da Segov, Sérgio Murilo, afirmou que a pandemia revelou cidadãos que antes eram invisíveis na sociedade brasileira.

“Pretendemos dar uma pitada social, ainda mais nesse período de início de vacinação e, provavelmente, no pós-pandemia. Agora que assumi o posto, deixaremos as subsecretarias que estão sob a minha gestão também com esse olhar"

"Por exemplo, esse projeto de auxílio será voltado exclusivamente para ajudar os menos favorecidos, é muito abrangente. Eles não poderão ser mais apagados e não aparecer em pesquisas econômicas, pois esse processo pandêmico jogou um foco nesses cidadãos e temos o dever de continuar olhando por eles”, concluiu.


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