15/07/2021 às 07h35min - Atualizada em 15/07/2021 às 07h35min

Traficante de Dourados preso no RJ ordenou 2 mortes com intervalo de apenas 5 dias

Mortes determinadas por Teruo Toko Neto ocorreram entre 16 e 21 de agosto daquele ano

- Campo Grande News

Recolhido no “Presídio Gabriel Ferreira Castilho”, conhecido como Bangu 3, no Complexo Penitenciário de Gericinó (RJ), o douradense Teruo Toko Neto, 26, foi alvo hoje (14) de mais um mandado de prisão, expedido pelo juiz da 1ª Vara Criminal de Dourados no âmbito da Operação Kaizen.

De família tradicional em Dourados, onde nasceu e se criou, Teruo Toko Neto é acusado de ser o chefe da quadrilha de traficantes desmantelada pela Polícia Civil nesta quarta-feira.

A organização criminosa, da qual também faz parte o irmão mais velho de Toko Neto, Carlos Quendi Koga Toko Junior, 28, se notabilizou por almejar qualidade das drogas que fornecia. Vendiam até maconha líquida, o chamado “óleo de butano”, para ser inalado em narguilé e cigarro eletrônico.

Teruo Toko Neto está preso no Rio de Janeiro depois de ser flagrado com seis toneladas de maconha, em janeiro de 2020, na Via Dutra, perto de Piraí.

Ele estava em uma caminhonete com outros dois homens e faziam o serviço de batedor de estradas para a carga, que saiu de Dourados e seguia para a comunidade da Nova Holanda, no Complexo da Maré. O motorista da carreta e outras duas pessoas localizadas em um posto de combustíveis também foram presos.

Assassinatos – Entretanto, a vida de crime começou bem antes. Em 2016, quando tinha 21 anos, já era apontado como traficante de drogas ligado a importante chefe de cartel na fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul, citado nos processos como “Jota”.

Foi naquele ano, com intervalo de cinco dias, que Teruo Toko Neto foi acusado de intermediar a execução de dois parceiros de crime por desentendimentos relacionados ao comércio de drogas, principal atividade criminosa na faixa de fronteira de MS com o Paraguai.

Nos dois crimes, Teruo Neto teria (segundo a denúncia do Ministério Público) agido em cumplicidade com Hélio Holsback da Silva, 39, o “Helinho”, e Rodrigo Batista Monteiro, 24, o “Bota Rosa”. Hélio deu apoio e Rodrigo foi apontado como o pistoleiro responsável em puxar o gatilho.

Laércio Andrade dos Santos foi a primeira vítima do trio. Na noite de 16 de agosto de 2016, “Bota Rosa” o executou com tiros de pistola 9 milímetros na calçada do Bar do Alemão, na Rua Filomeno João Pires, no Parque das Nações I.

A pistola da marca alemã Sig Sauer foi fornecida por Teruo Toko Neto. Ele e o comparsa Helinho também levaram o pistoleiro até o local para a execução de Laércio e depois o ajudaram a fugir. A arma nunca foi encontrada pela polícia.

Outra execução – Na noite de 21 de agosto de 2016, na Rua Toshinobu Katayama, em frente a uma boate, “Bota Rosa” matou Valdinei dos Santos Castro com vários tiros da mesma pistola 9 milímetros. Segundo a denúncia, “Jota” mandou Toko Neto executar Valdinei por suspeitar que ele tivesse passado informações carga de droga da quadrilha, apreendida pela polícia.

Teruo Toko Neto e Hélio Holsback, que tinham levado o pistoleiro até o local do crime e fornecido a arma, esperaram por Rodrigo na casa da avó do primeiro, a três quarteirões da boate.

“Todos eram pistoleiros contratados por Teruo, que teve desacertos relacionados ao narcotráfico com Laércio e Valdinei dos Santos Castro. Por essa razão, Teruo veio a propor ao funcionário Rodrigo o pagamento de R$ 15 mil ou R$ 10 mil, mais a arma utilizada nos homicídios, para assassiná-los”, afirma a denúncia sobre a morte de Laércio, apresentada no dia 28 de agosto do ano passado pelo promotor Luiz Eduardo Santa’Anna Pinheiro.

A denúncia sobre o assassinato de Valdinei Castro foi apresentada no dia 6 de fevereiro de 2020 pela promotora Cláudia Almirão. Os dois processos tramitam na 3ª Vara Criminal de Dourados.


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