08/09/2021 às 10h31min - Atualizada em 08/09/2021 às 10h31min

Câmara de Dourados recebe pedido de cassação contra vereador acusado de violência doméstica

Denúncia por quebra de decoro parlamentar contra Diogo Castilho (DEM) foi protocolada na manhã desta quarta-feira

- Mídia Max
Diogo Castilho, eleito pelo DEM está preso na Penitenciária Estadual de Dourados - Foto: Valdenir Rodrigues
O médico e vereador Diogo Castilho (DEM) que está preso desde o último sábado (4) deve enfrentar uma comissão processante e pode perder o mandato. O pedido foi protocolado na Câmara Municipal de Dourados nesta quarta-feira (8) pelo advogado Daniel Ribas.

No documento entre à Câmara, o advogado ressalta que, além da denúncia de violência doméstica feita pela noiva, o vereador protagonizou desrespeito ao “toque de recolher”, o que configura crime, além de estar envolvido na polêmica do “fura fila” em procedimento médico.

Em relação à acusação de violência doméstica, conforme o denunciante, mesmo diante da presença policial o vereador ameaçou e sugeriu que a vítima mentisse, alegando ser uma simples “briga de casal”.

“A omissão desta câmara em punir o desrespeito do vereador Diogo Castilho ao toque de recolher evoluiu para uma omissão desta câmara em punir o desrespeito do vereador Diogo Castilho à fila de espera no atendimento médico e agora, não há mais espaço para a omissão dos vereadores em julgar e condenar as atitudes do vereador Diogo Castilho”, fundamenta o advogado.

Segundo Ribas, a justa causa para o pedido de abertura de processo na Câmara se sustenta sobre três pilares: a) a existência de indícios suficientes da autoria; b) prova da conduta descrita na inicial; e c) descrição de fatos aparentemente típico (ou seja, contrário ao decoro ou com ele incompatível).

Ainda segundo o denunciante, é evidente que os crimes cometidos pelo vereador Diogo Castilho e retratados nesta denuncia, estão sendo analisados também pelo Poder Judiciário, que aliás, manteve a prisão preventiva do vereador.

“Entretanto, o julgamento da Ação Penal perante o Poder Judiciário e da presente denúncia perante a Câmara de Vereadores são julgamentos distintos e independentes entre si. Ou seja, não há necessidade de aguardar o pronunciamento final do Poder Judiciário”, justifica o advogado.

“Fiz a minha parte. Agora, se passarem a mão na cabeça novamente, vão estar dando o recado que vereador pode tudo e que o discurso do agosto lilás era só da boca para fora. Já que a Lei exige essa formalidade, estou apresentando a denúncia como já havia informado”, explica o advogado.

Entenda o caso

De acordo com a Polícia Militar, o casal teve uma discussão, quando Diogo segurou a mulher pelos braços e a jogou na cama, a xingando. Ele começou a chacoalhar a vítima e ainda tentou esganar a mulher com as mãos e também asfixiar com um travesseiro. A noiva, então, teria dito que denunciaria o suspeito.

Com isso, o vereador então ameaçou “Se você me denunciar eu te mato”, “Você vai acabar com minha carreira política se fizer isso, eu mato você e toda a sua família”, conforme relato da vítima. Ele foi detido em flagrante e a mulher solicitou medida protetiva de urgência. Segundo a polícia, o estado físico e emocional da vítima comprovava a violência.

O filho do vereador estava na casa no momento das agressões, mas segundo a vítima não presenciou o fato. O pai teria dito para ele atender a porta quando os policiais militares chegaram e dizer que “estava tudo bem”, que tinha acontecido apenas uma briga de casal.

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