15/09/2021 às 13h30min - Atualizada em 15/09/2021 às 13h30min

Mulher dopa, tortura e castra o próprio namorado

Ela foi denunciada pelos próprios filhos

- Metropóles

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) investiga denúncias de maus-tratos, lesão corporal e cárcere privado cometidos por uma mulher contra o próprio companheiro, um servidor aposentado do Banco Central (Bacen), de 49 anos. Vídeos, fotos e uma série de documentos foram juntados por três irmãos, filhos da suposta autora e enteados da vítima. O inquérito foi instaurado na 21ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Sul).

O caso veio à tona após viatura da Polícia Militar e ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) serem acionadas para socorrer o servidor, em 8 de setembro. Na delegacia, as testemunhas, filhas de Maruzia das Graças Brum Rodrigues, 53 anos, contaram que a mãe dopava e agredia o parceiro, além de obrigá-lo a tomar medicamentos usados para castração química. A motivação da mulher seria controlar a aposentadoria do analista do Bacen, com vencimentos próximos de R$ 23 mil.

Os enteados esperaram o momento em que Maruzia se submeteria a procedimentos de cirurgia plástica em um hospital no DF para visitar o padrasto e descobrir em que condições ele vivia. Grogue e prostrado em uma cama, o homem não conseguia falar com coesão e apresentava hematomas e lesões nos braços, segundo uma das enteadas do servidor aposentado. A fim de preservar a vítima, o Metrópoles optou por não identificá-la.

A filha de Maruzia contou que a mãe casou-se com o então analista do Bacen em 2002. Pontuou ainda que ele sempre foi uma pessoa ativa, sem qualquer problema físico ou mental. O servidor, no entanto, aposentou-se em 2019, depois de ser diagnosticado com alienação mental. “Após isso, minha mãe deu um jeito de subjugá-lo, tomar o controle de todo o dinheiro e passou a dopá-lo e retirar qualquer meio de comunicação dele com o mundo exterior”, disse.

Apesar dos altos rendimentos, a vítima não teria direito a usar celular, roupas limpas, nem comer nada além de arroz, feijão e lasanha congelada. “Nem desodorante e xampu ele pode usar, pois não tem acesso a nenhum dinheiro. Quando ele tenta falar algo, é enforcado por ela, como alguns parentes já presenciaram. Meu padrasto foi esfaqueado no braço pela minha mãe, que simplesmente espera que ele morra para ficar com a pensão”, afirmou.

Segundo a enteada do aposentado, havia pelo menos 13 frascos de Rivotril no imóvel que o casal mora, muitos deles vazios. “Quando a equipe do Samu chegou ao apartamento, constatou que uma superdosagem medicamentosa havia sido ministrada. Temos a suspeita de que ele tenha sido obrigado a tomar dezenas de pílulas em um curto período de tempo. Sem falar os remédios usados para a castração química”, relatou a filha da acusada.


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