O relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), registrou na manhã desta quarta-feira (20) seu relatório final no sistema do Senado. O texto pede 68 indiciamentos, entre pessoas físicas e empresas. O presidente Jair Bolsonaro é uma delas.
Três filhos do presidente, ministros, ex-ministros, deputados federais e empresários também estão na lista dos pedidos de indiciamento (veja relação completa mais abaixo).
Renan vai ler o documento na sessão da CPI, marcada para começar também nesta manhã.
O relator chegou à versão final depois de debates, desde o início da semana, com demais integrantes da cúpula da CPI. Antes do relatório final, foram apresentadas duas minutas.
Uma versão preliminar, que vazou no fim da semana passada, gerou divergência entre os integrantes do grupo. Uma reunião na noite desta terça (19) selou o acordo final.
No caso de Bolsonaro, o relator pede indiciamento por estes crimes:
Inicialmente, o relatório pediria indiciamento de Bolsonaro também pelos crimes de homicídio e genocídio indígena. Na noite desta terça, a cúpula da CPI decidiu excluir essas acusações, que eram um dos pontos de divergência entre Renan e os colegas.
Crime de genocídio de indígenas é retirado do relatório final da CPI da Covid
Também foi pedido o indiciamento de três filhos de Bolsonaro, quatro ministros, dois ex-ministros e cinco deputados federais.
Renan quer o indiciamento também de empresários, médicos e blogueiros. O relator identificou, ao longo de 1.180 páginas, o cometimento de mais de 20 crimes.
Veja a lista completa:
Ministros
Ex-ministros
Filhos
Deputados
Empresários
Médicos e ligados à saúde
. Nise Yamaguchi: epidemia com resultado morte
. Paolo Zanotto: epidemia com resultado morte
. Luciano Dias: epidemia com resultado morte
. Mauro Luiz de Brito Ribeiro: epidemia com resultado morte
. Pedro Benedito Batista Junior: perigo para a vida ou saúde de outrem, omissão de notificação de doença, falsidade ideológica, crime contra a humanidade
Daniella de Aguiar Moreira da Silva: homicídio simples
Paola Werneck: perigo para a vida ou saúde de outrem;
Carla Guerra: perigo para a vida ou saúde de outrem e crime contra a humanidade;
Rodrigo Esper: perigo para a vida ou saúde de outrem e crime contra a humanidade;
Fernando Oikawa: perigo para a vida ou saúde de outrem e crime contra a humanidade;
Daniel Garrido Baena: falsidade ideológica;
João Paulo F. Barros: falsidade ideológica;
Fernanda de Oliveira Igarashi: falsidade ideológica;
Flávio Cadegiani: crime contra a humanidade
Assessores e ex-assessores
Elcio Franco: epidemia com resultado morte e improbidade administrativa;
Mayra Pinheiro: epidemia com resultado morte, prevaricação e crime contra a humanidade;
Roberto Dias: corrupção passiva, formação de organização criminosa e improbidade administrativa;
Airton Soligo: usurpação de função pública;
Arthur Weintraub: epidemia com resultado morte
Roberto Goidanich: incitação ao crime;
José Ricardo Santana: formação de organização criminosa;
Fábio Wajngarten: prevaricação e advocacia administrativa
Marcelo Blanco: corrupção ativa
Filipe Martins: incitação ao crime
Tercio Arnaud Tomaz: incitação ao crime
Outros
. Emanuela Medrades: falsidade ideológica, uso de documento falso, fraude processual, formação de organização criminosa e improbidade administrativa
. Túlio Silveira: falsidade ideológica, uso de documento falso, improbidade administrativa
. Danilo Trento: fraude em contrato, formação de organização criminosa, improbidade administrativa
. Andreia da Silva Lima: corrupção ativa e improbidade administrativa
. Carlos Alberto Sá: corrupção ativa e improbidade administrativa
. Teresa Cristina Reis de Sá: corrupção ativa e improbidade administrativa
. Marconny Nunes Ribeiro: formação de organização criminosa
. Allan dos Santos: incitação ao crime
. Oswaldo Eustáquio: incitação ao crime
. Richards Pozzer: incitação ao crime
. Leandro Ruschel: incitação ao crime
. Roberto Goidanich: incitação ao crime
. Bernardo Kuster: incitação ao crime
. Roberto Jefferson: incitação ao crime
. Paulo Eneas: incitação ao crime
. Cristiano Carvalho: corrupção ativa
. Luiz Paulo Dominghetti: corrupção ativa
. Rafael Francisco Carmo Alves: corrupção ativa