03/12/2021 às 11h33min - Atualizada em 03/12/2021 às 11h33min

Médicos do Hospital da Vida de Dourados estão sem receber há 3 meses

Além do atraso de pagamento dos profissionais da Saúde, faltam condições mínimas para atendimento. Não há macas suficientes para acomodar pacientes no HV

- O PROGRESSO
Os profissionais contratados pela Funsaud fizeram protesto silencioso em frente ao Hospital da Vida na última quarta-feira - Crédito: Divulgação
Um grupo de médicos especialistas do Hospital da Vida realizaram recentemente um protesto em frente a unidade hospitalar. Foi um manifesto silencioso, mas marcado por indignação. Os profissionais contratos pela Funsaud (Fundação de Serviços de Saúde de Dourados), que administra o hospital e a UPA (Unidade de Pronto Atendimento Médico), estão há três meses sem receber salários. Com 16 especialidades e considerada uma unidade hospitalar de portas abertas, o HV atende pacientes de Dourados e mais 30 municípios da região. 

Os pagamentos são feitos aos profissionais por meio de empresas constituídas por eles, ou seja, os médicos recebem pelos serviços prestados na condição de pessoas jurídicas. O problema é que a Funsaud não tem honrado com o compromisso do pagamento de forma regular e também não sinaliza para nenhum tipo de negociação, protestam os médicos.

Não bastasse o atraso nos pagamentos, o grupo ainda alega falta de condições mínimas de trabalho. De acordo com os especialistas lotados no HV, faltam insumos e medicamentos imprescindíveis para o atendimento aos pacientes do SUS. Um dos médicos que participaram do manifesto relatou que não há sequer macas suficientes para acomodar os pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde). Ele disse também que faltam fitas de glicemia, fios para realizar sutura, além de remédios indicados para tratamento de pacientes com quadro grave de saúde.

Protestos são constantes na Saúde
Não é de hoje que as categorias fazem reivindicações à prefeitura. Eles questionam a falta de diálogo e de promessas não cumpridas. Os problemas se arrastam há anos. Em um protesto recente, enfermeiros disseram que vão deixar de salvar a saúde com ‘vaquinhas’, trazendo à tona que tiram dinheiro do próprio bolso para comprar equipamentos básicos como materiais para aplicação de soro, luvas, esparadrapos, agulhas, caixa coletora de seringas, entre outros essenciais no dia a dia e que faltam na saúde pública da segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul.

Férias vencidas
Pelo menos 520 empregados da Fundação de Serviços de Saúde de Dourados devem ser alcançados por um plano de ação que pretende efetivar a concessão de férias vencidas e não gozadas. Esse direito trabalhista também é um dos motivos dos constantes protestos da categoria. 

O acordo que visa superar um impasse capaz de comprometer a higidez física e mental desses trabalhadores, bem como a segurança dos pacientes ordinariamente atendidos por eles, foi firmado no final de novembro, na sede do Ministério Público do Trabalho em Dourados, sob a presidência do procurador Jeferson Pereira.

Conforme a proposta pactuada com representantes da Funsaud e do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos em Serviços de Saúde de Dourados, no cronograma de concessão de férias vencidas e não gozadas, independentemente de pagamento imediato, serão priorizados os empregados que estão com dois e três períodos para usufruto. Sendo possível dentro da escala de programação do benefício, também serão abarcados os trabalhadores com apenas um período de férias vencidas e não gozadas, observando em todo o caso a necessidade do serviço.

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