18/02/2022 às 07h34min - Atualizada em 18/02/2022 às 07h34min

Jovem morre após treinamento físico e rotina exaustiva em quartel de Aquidauana

Família acredita que houve negligência dos militares no treinamento e Polícia Civil investiga a morte do rapaz por meio inquérito

- O PANTANEIRO
Edilsio morreu durante o treinamento - Crédito: Reprodução/Arquivo Pessoal

Edilsio Morais da Silva Filho, 18 anos, morreu na noite desta quarta-feira (16) após não suportar uma sessão de treinamento físico no NPOR (Núcleo de Preparação de Oficiais da Reserva), em Aquidauana. O jovem era aluno e também havia relatado uma rotina exaustiva para a família.

Os alunos estão, de certa forma, 'confinados' desde o início da semana. A rotina contava com atividades físicas logo pela manhã e, em seguida, passavam a frequentar as salas de aula.

Conforme o site O Pantaneiro, Edilsio sentiu um pequeno desconforto e notou que o coração estava acelerado no início da manhã, antes das atividades físicas. Por conta disso, ele foi encaminhado para o Hospital Regional de Aquidauana com quadro de exaustão muscular, mas a noite ele faleceu.

O atestado de óbito trouxe que o jovem morreu por rabdomiólise, sendo uma doença caracterizada pela destruição das fibras musculares. Ainda de acordo com o site local, a doença levou o aluno ter um quadro de hepatite fulminante, como consequência de arritmia cardíaca por desidratação.

De acordo com familiares, houve uma possível negligência por parte dos militares durante o treinamento. Jean Ricardo Brites de Assunção, 47 anos, explicou que as causas da morte estão sendo apuradas pela Polícia Civil, por meio de um inquérito.

Na manhã desta quinta-feira (17), Edilsio foi velado e sepultado em Dourados.

Rotina exaustiva

Edilsio compartilhou recentemente com sua mãe a rotina exaustiva que enfrentava no quartel. Em uma das mensagens encaminhadas, ele diz que tomou banho e lavou sua roupa, mas por um pequeno atraso, foi obrigado a fazer uma redação de 50 linhas.

A conversa aconteceu há dois dias, quando ele entrou no NPOR, na última segunda-feira.

 

Na madrugada do dia 15, ele encaminha a mensagem para genitora dizendo estar indo dormir na madrugada, mas que teria poucas horas de sono, pois estaria se arrumando para a faxina.

Em outro trecho da conversa, a mãe questiona como foi o dia e o jovem relata que 'estava torando', dormir na língua do exército, e que ainda faria novas flexões.

"Tenho que fazer uma redação de 50 linhas. Uma das meias que a sr (sic) bordou estava rasgada. Eles viram e tomei punição. A senhora pode me ajudar [a escrever]?", escreveu Edilsio para a mãe às 21h48 do mesmo dia.

Por esses motivos, a família acredita que houve negligência. Dessa forma, houve um pedido para a polícia investigar a morte.


(Foto: Reprodução/O Pantaneiro)


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